"Não tenho vontade de ir embora, não. Mas se tivesse passado o golpe, é muito possível que a gente não estivesse aqui", disse o presidente do STF
Ministro Luis Roberto Barroso, do STF (Foto: Carlos Alves Moura/SCO/STF)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, revelou que recebeu ofertas de exílio em outros países após os atos golpistas no Brasil em 2022. Barroso afirmou que, devido às suas conexões acadêmicas, foi abordado por universidades como Princeton e Harvard, nos Estados Unidos, e pela Universidade Católica de Lisboa, que se mostraram dispostas a oferecer-lhe refúgio caso ele decidisse deixar o país.
"Com o golpe de Estado, provavelmente, eu também não estaria mais aqui. Eu mesmo recebi, em algum momento — eu tenho ligações acadêmicas, internacionais —, eu recebi duas ou três ofertas de exílio, se eu precisasse, para você ter uma ideia", disse Barroso em entrevista à GloboNews nesta terça-feira (18), de acordo com o g1. Ainda segundo ele, as ofertas ocorreram antes do ataque de 8 de janeiro de 2023, quando golpistas tentaram invadir as sedes dos três poderes da República.
Na entrevista, Barroso afirmou que, apesar das ofertas, não cogitou a possibilidade de viver fora do Brasil. "Eu não consigo, eu já vivi fora do Brasil, mas o meu coração mora aqui, não tenho vontade de ir embora, não. Mas se tivesse passado o golpe, é muito possível que a gente não estivesse aqui", disse o ministro.
No STF, um inquérito investiga os planos golpistas que visavam impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), eleito em 2022. Jair Bolsonaro (PL) é um dos investigados no caso. Além disso, o STF rejeitou nesta semana um pedido da defesa de Bolsonaro para que o ministro do STF Alexandre de Moraes fosse retirado da relatoria do caso devido a uma alegada conexão pessoal do magistrado com as investigações, que envolvem ameaças de morte contra ele.
Barroso, por sua vez, considera que Moraes não deve ser afastado da relatoria, pois, segundo ele, as ameaças atingem a instituição como um todo e não um ministro individualmente. O presidente do STF também destacou que as investigações revelaram tentativas de assassinato contra o presidente Lula e o vice-presidente Geraldo Alckmin.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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