Produção europeia se recupera e impacto nos valores deve ser sentido gradativamente
(Foto: Divulgação/Mapa)
Após um período de alta expressiva nos preços do azeite de oliva, que chegou a registrar aumento de 50% em junho deste ano, o mercado brasileiro pode finalmente respirar aliviado em 2025. A notícia foi divulgada pelo g1 e traz perspectivas animadoras com a recuperação das colheitas na Europa, região que abastece grande parte do mercado mundial do produto.
A seca severa que atingiu o Mediterrâneo nos últimos dois anos reduziu drasticamente a produção de azeitonas, principal matéria-prima do azeite, levando os preços a patamares recordes. A situação foi agravada pela dependência brasileira de importações, com Portugal e Espanha respondendo, juntos, por quase 60% das compras externas do produto.
De acordo com Leonardo Scandola, diretor comercial da Filippo Berio na América Latina, a nova safra europeia já apresenta um crescimento de 29% em comparação à temporada anterior. “Somente em novembro, as cotações do azeite na Espanha caíram 20% [em relação a outubro]. Isso, com certeza, vai se refletir no Brasil”, explicou Scandola, que projeta quedas mais significativas a partir da Páscoa de 2025, quando o estoque mais caro começará a ser substituído.
Demanda em alta e recuperação climática - Nos últimos anos, a Europa enfrentou condições climáticas atípicas, com invernos mais quentes e verões extremamente secos, fatores que comprometeram drasticamente os olivais. Na safra 2022/23, a produção europeia caiu para 1,3 milhão de toneladas, 40% a menos do que no ciclo anterior. Porém, para a temporada atual, a Espanha — maior produtora mundial — deverá liderar o aumento da oferta, com expectativa de 1,3 milhão de toneladas, um salto de 50% em relação ao ciclo anterior.
Apesar da recuperação, o professor Carlos Eduardo de Freitas Vian, da Esalq-USP, alerta que a redução de preços no mercado brasileiro será gradual devido ao processo logístico e aos estoques mais antigos. “Minha estimativa é que os preços não vão cair antes de meados de 2025”, pontua Vian.
Inflação desacelera, mas ainda é alta - Dados do IBGE indicam que a inflação do azeite já mostra sinais de desaceleração, saindo de um pico de 50% em junho para 25% no mês passado. Mesmo assim, os consumidores brasileiros continuam sentindo o impacto no bolso, especialmente pelo uso do azeite como ingrediente básico em muitas receitas.
A boa notícia é que, com a safra europeia em plena atividade, entre outubro e fevereiro, há uma expectativa consolidada de maior equilíbrio entre oferta e demanda no mercado global, o que deverá se refletir em melhores preços nas gôndolas.
Embora o Brasil possua uma produção interna de azeite, esta ainda é insuficiente para atender à demanda nacional, mantendo a dependência de importações. A retomada climática na Europa, combinada com a alta demanda global, deve estabilizar o mercado nos próximos anos, devolvendo aos consumidores brasileiros a possibilidade de acessar o produto a preços mais competitivos.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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