Anúncio foi feito pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que negou ter participado das negociações
Mulheres tiram fotos de uma imagem danificada do presidente sírio Bashar al-Assad (Foto: Reuters/Orhan Qereman)
O presidente sírio Bashar al-Assad anunciou sua renúncia e pediu uma transferência pacífica de poder após negociações envolvendo várias partes no conflito sírio. A informação foi confirmada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia por meio de uma declaração oficial publicada no Telegram, relata a Sputnik.
"Como resultado das negociações entre Bashar al-Assad e vários participantes do conflito armado no território da República Árabe Síria, ele tomou a decisão de renunciar à presidência e deixar o país, dando instruções para uma transferência pacífica de poder. A Rússia não estava envolvida nessas negociações", afirmou o comunicado.
A Rússia expressou "profunda preocupação" com a situação na Síria, destacando a gravidade dos eventos em curso. Em sua declaração, o governo russo também fez um apelo para que todas as partes envolvidas no conflito renunciem à violência e resolvam as disputas por meio de um processo político inclusivo.
◉ Negociações e processo político - Segundo o Ministério das Relações Exteriores da Rússia, a prioridade é respeitar as opiniões de todos os grupos étnicos e religiosos na Síria e trabalhar para um acordo político abrangente, fundamentado na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que prevê uma solução política para o conflito sírio.
"Nós estamos em contato com todas as facções da oposição síria. Apelamos ao respeito pelas opiniões de todos os grupos étnicos e confessionais na sociedade síria e apoiamos os esforços para estabelecer um processo político inclusivo", destacou o ministério.
◉ Chamada para diálogo urgente - O anúncio da renúncia de Assad ocorre após uma proposta do enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, para a realização de negociações inter-sírias em Genebra. A Rússia manifestou apoio à iniciativa, enfatizando a necessidade de um diálogo urgente para evitar um colapso político no país.
◉ Bases militares em alerta - Com a instabilidade crescente, as bases militares russas na Síria foram colocadas em estado de alerta máximo. "Atualmente, não há nenhuma ameaça séria à segurança delas", concluiu a nota do Ministério das Relações Exteriores russo.
A saída de Assad marca um momento histórico para a Síria, que há mais de uma década enfrenta uma guerra devastadora, resultando em uma crise humanitária sem precedentes. As próximas semanas serão cruciais para definir o futuro político do país e sua estabilidade regional.
Fonte: Brasil 247 com Sputnik
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