O ex-presidente Jair Bolsonaro. Foto: Evaristo Sá/AFP
O julgamento do pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro para afastar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes do inquérito do golpe é visto como uma derrota acachapante. A análise do caso na Corte só será encerrada na próxima sexta (13) e o placar atual é de 8 a 0 para rejeitar a solicitação.
Restam apenas dois votos, de Kassio Nunes Marques e André Mendonça, já que Moraes se declarou impedido de votar por ser alvo do pedido. Os dois foram indicados à Corte pelo ex-presidente, mas a cúpula do PL avalia que ambos vão rejeitar a solicitação.
Aliados de Bolsonaro acreditam que eles não vão querer se indispor com Moraes, já que os dois votos não fariam diferença no resultado. “O espírito de corpo de autopreservação dos ministros e o corporativismo sempre prevalecem”, diz um interlocutor do ex-presidente à coluna de Malu Gaspar no jornal O Globo.
A Corte formou maioria para rejeitar o pedido do ex-presidente na última sexta (6), primeiro dia do julgamento no plenário virtual da corte. Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo e relator do caso, votou contra e foi seguido por Edson Fachin, Flávio Dino, Gilmar Mendes, Cristiano Zanin e Dias Toffoli. Posteriormente, Cármen Lúcia e Luiz Fux também votaram para rejeitar o pedido.
Moraes é relator do inquérito do golpe na Corte e a defesa do ex-presidente pediu seu afastamento do caso alegando que ele seria um dos alvos da trama criminosa. Ao negar a solicitação, Barroso alegou que seus advogados não apresentaram “qualquer elemento” que justificasse o impedimento do colega.
Em fevereiro deste ano, Barroso já havia negado uma solicitação similar da defesa de Bolsonaro, dizendo que as alegações dos advogados eram “genéricas, subjetivas e destituídas de embasamento jurídico”.
Fonte: DCM
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