Em entrevista à Folha, o deputado critica extremos, fala sobre erros do PSDB e tenta se reposicionar no cenário político de 2026
Aécio Neves. Foto: Luis Macedo - Agência Câmara
Em entrevista à Folha de S. Paulo, Aécio Neves (PSDB), ex-governador de Minas Gerais, ex-senador e candidato derrotado à Presidência em 2014, refletiu sobre o cenário político atual e o papel do PSDB, que perdeu espaço político após sua atuação como arquiteto do golpe que retirou uma presidenta legitimamente eleita, Dilma Rousseff, e abriu o caminho para a ascensão de Jair Bolsonaro e da extrema-direita.
Aécio aposta em um movimento de “migração ao centro” após as últimas eleições municipais, nas quais o centrão saiu fortalecido. Ele defende a construção de um projeto conciliatório e a rejeição ao radicalismo, que afirma existir em ambos os polos. “Minha esperança é que os extremos percam força. Temos que estar posicionados para reunificar forças no centro, aquelas mesmas que me fizeram quase vencer as eleições de 2014”, disse.
Aécio acredita que o desgaste do governo Lula e o aprofundamento do desgaste da extrema-direita criarão espaço para o fortalecimento do centro, onde ele planeja atuar.
Apesar de se dizer contra Bolsonaro e Lula e tentar equiparar as forças, Aécio admite que colocar ambos no mesmo patamar não é correto. “São figuras completamente diferentes na sua história, no seu compromisso com o país.”
Sem fazer autocrítica de suas ações relacionadas ao golpismo de 2016, Aécio lamentou o desempenho do PSDB nas últimas eleições e atribuiu a derrocada da legenda ao que chamou de “megalomania” de João Doria. “O PSDB subordinou o interesse nacional ao de São Paulo. Isso levou à maior derrocada da história do partido.”
À frente do Instituto Teotônio Vilela, ligado ao PSDB, Aécio tenta reposicionar a legenda como oposição ao PT, mas defende que essa oposição seja propositiva, sem ataques ou insultos. Ele também busca atrair figuras políticas de outros partidos que rejeitem os extremos.
Entre possíveis nomes para uma candidatura presidencial em 2026, Aécio cita Eduardo Leite (PSDB), governador do Rio Grande do Sul, como uma alternativa viável, mas afirma que o projeto precisa ser mais amplo do que o partido. Sobre outros nomes da direita, como Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Romeu Zema (Novo), Aécio avalia que ambos ainda têm desafios a superar para se consolidarem como líderes nacionais.
Fonte: Brasil 247
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