quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

À PF, Cid fala pela primeira vez sobre os planos de matar Lula, Moraes e Alckmin

 

tenente-coronel Mauro Cid olhando pra cima, sério, fardado, em close
Tenente-coronel Mauro Cid – Reprodução/Agência Brasil
O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), compareceu à Polícia Federal (PF) nesta quinta-feira (5) para prestar um novo depoimento sobre a trama golpista descoberta no final de 2022.

Durante o depoimento, o militar foi questionado sobre mensagens trocadas entre militares que integravam o plano chamado Punhal Verde e Amarelo. O suposto esquema previa o assassinato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

De acordo com informações obtidas pela Folha de S.Paulo, o depoimento de Mauro Cid teve duração de cerca de uma hora. Fontes próximas à oitiva afirmaram que o objetivo principal era preencher lacunas na investigação, cujo relatório final foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR) na semana anterior.

Plano de assassinato e depoimento contraditório

Foi a primeira vez que Mauro Cid foi diretamente interrogado pela PF sobre o plano de assassinatos. Segundo relatos, ele negou qualquer envolvimento ou conhecimento do esquema, mantendo o que já havia declarado anteriormente ao ministro Alexandre de Moraes.

Apesar da conclusão do inquérito principal sobre a trama golpista, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, confirmou que as investigações continuam em andamento, com novas diligências sendo realizadas.

Em um encontro com jornalistas na quarta-feira (4), Rodrigues mencionou que a determinação para ouvir novamente Cid partiu de Moraes. O depoimento ocorreu após questionamentos sobre a delação premiada do tenente-coronel, que teria omitido informações cruciais.

Mesmo diante das dúvidas, o magistrado considerou válidas as informações apresentadas pelo militar ao STF e manteve o acordo de colaboração premiada. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, também defendeu a validade da delação.

Mauro Cid fardado com expressão de tristeza, sem olhar para a câmera
Mauro Cid é ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) – Reprodução/Agência Brasil
Operação Contragolpe e prisões

Dias antes da conclusão do relatório sobre a trama golpista, a PF deflagrou a operação Contragolpe, que resultou na prisão de figuras-chave envolvidas no plano, incluindo o general da reserva Mário Fernandes e outros militares de alta patente.

Entre os presos estão os tenentes-coronéis Hélio Ferreira Lima, Rafael Martins de Oliveira, Rodrigo Bezerra de Azevedo e o policial federal Wladimir Soares.

Atuação do advogado de Mauro Cid

A atuação de Cezar Bittencourt, terceiro advogado de Mauro Cid desde sua prisão em maio de 2023, tem gerado controvérsias. Recentemente, em entrevista à GloboNews, o profissional afirmou que Jair Bolsonaro “sabia de tudo”, mas recuou pouco depois, gerando críticas e desconfianças.

A equipe de investigação também observou as frequentes declarações públicas de Bittencourt, que ora reforçam, ora contradizem informações relacionadas às investigações sobre a trama golpista e a venda de joias supostamente ilegais.

Fonte: DCM com informações da Folha de S. Paulo

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