7 ministros do STF foram alvos de plano golpista, diz PF
O relatório da Polícia Federal, sobre a trama golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados após as eleições de 2022, mostra que Alexandre de Moraes não foi o único ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) na mira dos militares. O inquérito, tornado público por Moraes do Supremo Tribunal Federal (STF) na última semana, cita ameaças e planos de prisão e assassinato contra Gilmar Mendes, Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Dias Toffoli e Luiz Fux, além de planejar as mortes do presidente Lula (PT) e seu vice, Geraldo Alckmin (PSB).
Flávio Dino, eleito senador em 2022 e indicado para assumir o Ministério da Justiça no início do governo Lula, era outro alvo dos golpistas. “Foram identificadas anotações que demonstram a atuação do investigado para criar narrativa com a finalidade de tentar atribuir ao então ministro da Justiça Flávio Dino a responsabilidade por omissão da tentativa de golpe de Estado realizada no dia 08 de janeiro de 2023, na cidade de Brasília/DF”, diz a PF no relatório.
Entre os indiciados ao lado de Bolsonaro estão o ex-ministro da Defesa Walter Braga Netto, o ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno e outros aliados próximos, como o ex-ajudante de ordens Mauro Cid.
A investigação aponta que o golpe estava planejado para 15 de dezembro de 2022, mas não foi executado devido à falta de apoio das Forças Armadas.
O documento destaca que Bolsonaro teria deixado o Brasil em dezembro de 2022 para evitar prisão após o fracasso na articulação do golpe. A PF identificou que ele era informado constantemente sobre os avanços do plano por Mauro Cid, que blindava o ex-presidente de envolvimento direto.
Mensagens interceptadas pela investigação revelam tentativas da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), de convencer a Aeronáutica a aderir ao plano, sem sucesso. Outras conversas mostram supostos preparativos militares, incluindo tanques “prontos para uso”, e anotações que mencionavam a frase “Lula não sobe a rampa”, em referência à posse do presidente eleito naquele ano.
A PF também indicou que, mesmo após o golpe falhar na data prevista, os conspiradores continuaram a monitorar possíveis oportunidades, culminando nos atos de 8 de janeiro de 2023.
O relatório foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que avaliará se oferecerá denúncia contra os 37 indiciados. Dentre os crimes apontados estão abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa e tentativa de golpe de Estado.
Bolsonaro negou as acusações, afirmando que sempre atuou “dentro das quatro linhas da Constituição”. Em live recente, ironizou a possibilidade de golpe com “um general da reserva e quatro oficiais superiores”.
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