sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

46 PMs foram afastados e um foi preso nos últimos 30 dias em SP; Tarcísio admite mudança sobre câmeras corporais

Desde a campanha eleitoral de 2022, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia se posicionado de forma crítica ao uso de câmeras

     Tarcisio de Freitas (Foto: Pablo Jacob / Governo de São Paulo)

Em meio a uma onda de episódios envolvendo abuso de autoridade e letalidade policial, 46 policiais militares foram afastados de suas funções e um foi preso no estado de São Paulo nos últimos 30 dias. Os casos, que incluem agressões e outras condutas violentas, têm gerado ampla repercussão e reforçado a necessidade de maior controle e transparência nas ações policiais. As informações foram divulgadas pelo G1.

Entre os afastados, um dos policiais já teve prisão preventiva decretada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo. Os demais permanecem sem exercer atividades operacionais, podendo ser alocados em funções administrativas ou, em alguns casos, permanecer inativos até o encerramento das investigações.

◉ Mudança no discurso do governador

Desde a campanha eleitoral de 2022, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia se posicionado de forma crítica ao uso de câmeras corporais nos uniformes dos PMs, alegando que o equipamento poderia limitar a atuação policial. Na época, afirmou que sua preocupação era com a "letalidade dos bandidos" e não com mortes causadas por policiais.

No entanto, após os recentes episódios de violência, Tarcísio mudou seu discurso. "Tinha uma visão equivocada", admitiu, ressaltando que está "completamente convencido de que [as câmeras corporais] são um instrumento de proteção da sociedade e do policial". Além de manter o programa, o governador anunciou que pretende ampliá-lo.

Apesar da pressão por mudanças estruturais, Tarcísio afirmou nesta quinta-feira (5) que não pretende alterar o comando da Secretaria da Segurança, liderada por Guilherme Derrite.

◉ Casos que marcaram o último mês

Sete ocorrências graves nos últimos 30 dias levaram ao afastamento de dezenas de agentes. Um dos episódios mais chocantes ocorreu em Barueri, na Grande São Paulo, onde 12 policiais militares agrediram uma mulher de 63 anos e deram um golpe de mata-leão em seu filho durante uma abordagem. A violência foi registrada em vídeo por testemunhas, amplificando a repercussão do caso.

A Secretaria da Segurança Pública informou que as investigações estão em andamento por meio de Inquérito Policial Militar (IPM) e também pela Polícia Civil, com análise de imagens externas e das câmeras corporais dos envolvidos.

◉ Mudanças no protocolo disciplinar

A revista Piauí revelou que, em julho, a Secretaria da Segurança Pública alterou as regras sobre o afastamento de policiais suspeitos de crimes. A nova norma delega exclusivamente ao subcomandante da PM, José Augusto Coutinho, a decisão de afastar agentes, retirando essa autonomia dos comandantes regionais.

Segundo o regimento disciplinar da PM, a solução de casos envolvendo afastamentos deve ser concluída em até 90 dias, podendo resultar na expulsão da corporação ou no retorno às atividades. A expulsão é aplicada quando há condenação judicial por crime que constitua infração disciplinar grave e evidencie incapacidade moral do policial.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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