O pastor bolsonarista Silas Malafaia em momento de ódio. Foto: reprodução
O pastor bolsonarista Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, se revoltou com o atentado ocorrido na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13), mas não com o criminoso, seguidor da extrema-direita como ele. Em vídeo divulgado nas redes sociais, Malafaia acusou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), de fomentar um clima de animosidade no país e de usar o episódio para desviar a atenção de ações que classificou como “ilegais”.
O ataque foi protagonizado por Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador pelo PL em 2020 e identificado como apoiador de Bolsonaro. Francisco, conhecido como Tiü França, detonou explosivos em dois locais na praça e tirou a própria vida em frente ao STF. Malafaia, no entanto, atribuiu o ato a problemas mentais e emocionais do homem, em linha com discursos bolsonaristas que o caracterizam como um “lobo solitário”.
“O ditador da toga, Alexandre de Moraes, tenta usar este caso para encobrir suas atitudes injustas e ilegais. Quem tem gerado instabilidade e acirrado ânimos é ele, com suas ações de perseguição política”, afirmou Malafaia, destacando que o episódio seria resultado do que chamou de “atitudes de ódio” do ministro.
No vídeo, Malafaia relembrou eventos de protesto no passado para criticar o tratamento dado aos acusados dos atos de 8 de janeiro, ignorando falas do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), como “fuzilar a petralhada”, antes de sua eleição em 2018, fomentando o ódio contra rivais políticos.
O pastor mencionou a tentativa de invasão ao STF por integrantes do MST em 2014 e os episódios de depredação de ministérios por sindicalistas em 2017. Segundo ele, nesses casos, os envolvidos não foram classificados como golpistas ou terroristas, tampouco enfrentaram condenações severas.
“Em 2017, sindicalistas destruíram prédios do governo, e ninguém os chamou de golpistas. Já as pessoas do 8 de janeiro foram perseguidas politicamente, presas, e tratadas como terroristas. Isso tudo para atingir Bolsonaro”, argumentou sinicamente.
Pela manhã de quinta-feira (14), o ministro Alexandre de Moraes reforçou a tese de que o atentado em Brasília não é um ato isolado, mas parte de um ciclo de radicalização iniciado com o “discurso de ódio” propagado, segundo ele, em tempos recentes. Moraes afirmou que a impunidade de atos similares incentiva a repetição e a intensificação de ações extremistas.
A Polícia Federal já remeteu a investigação do caso ao ministro, por entender que há conexão com os ataques golpistas de 8 de janeiro. Na ocasião, Moraes também repudiou tentativas de enfraquecer o Estado Democrático de Direito.
Fonte: DCM
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