Francisco Wanderley Luiz, o “Tiü França”, terrorista que morreu durante atentado na Praça dos Três Poderes na última quarta (13). Foto: Reprodução
A cuidadora Margarete Versino (57), ex-mulher de Francisco Wanderley Luiz, terrorista que se explodiu na Praça dos Três Poderes nesta quarta (13), afirmou que ele “enlouqueceu” após a derrota do ex-presidente Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. Eles foram casados por 17 anos e tiveram dois filhos.
“Tiü França”, como era conhecido o terrorista, nunca foi engajado em política e só passou a se interessar pelo tema após a vitória de Bolsonaro nas eleições de 2018, segundo Margarete. Ela se casou com o ex-marido no final da década de 1980.
“Nunca se envolveu com política. Era outra pessoa. Com o tempo, começou a mudar de atitude. E quando o Bolsonaro perdeu, ele enlouqueceu. Acho que foi ali que começou um problema mais forte, sabe?”, afirmou em entrevista à Folha de S.Paulo.
A ex-mulher relata que o interesse pelo tema virou “fanatismo” e que tentou alertá-lo, mas que “ele estava indignado com a política”. Margarete diz que “ele expressava bastante indignação com as pessoas presas” pelo ataque golpista de 8 de janeiro de 2023, mas que não sabe se ele teve participação no episódio.
O homem-bomba estava morando na Ceilândia (DF), onde alugou uma casa, há poucos meses. A ex-mulher afirma que a mudança foi interpretada como uma tentativa de “fugir dos problemas”, já que ele passava por uma separação tumultuada com a segunda companheira, Daiane Dias.
Margarete ainda nega que o objetivo de “Tiü França” era matar o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), como afirmou Daiane em depoimento à Polícia Federal. “A intenção dele não era matar ninguém, como já falaram aí. Tenho certeza que não. Ele era uma pessoa do bem. Fez mal para ele”, acrescenta.
Corpo de Francisco Wanderley Luiz após jogar bombas em frente ao STF.
Foto: Evaristo Sá /AFP
Apesar da separação, Margarete diz que sempre foi próxima do ex-marido e o descreve como “um ótimo pai”. Ele deixou dois filhos, uma missionária de 37 anos que vive na Tailândia e um engenheiro mecânico de 34 anos que mora em Itapema (SC), além de um enteado, filho de Daiane, que o ajudava no trabalho.
A mãe de “Tiü França”, que tem 89 anos, precisou ser internada duas vezes desde o atentado da última quarta, segundo a ex-mulher. A família também contratou um advogado para atuar em Brasília e ainda aguarda informações sobre a liberação do corpo para o sepultamento.
“É um choque para os filhos terem que aceitar isso, um fim tão trágico para o pai deles, e uma coisa que ele escolheu. A gente acaba se culpando por não ter visto que ele estava tão doente. A gente nunca esperava isso dele. Se você for em Rio do Sul inteiro, você só vai ouvir bem dele”, completou.
Fonte: DCM
Nenhum comentário:
Postar um comentário