Os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Simone Tebet (Planejamento), que preparam pacote de ajuste fiscal. Foto: Diogo Zacarias/MF
Neste domingo (10), movimentos sociais, sindicatos e partidos de esquerda divulgaram um manifesto criticando as propostas de ajuste fiscal dos ministros Fernando Haddad, da Fazenda, e Simone Tebet, do Planejamento. O documento alerta para o impacto dessas medidas sobre políticas públicas fundamentais, como saúde, educação e infraestrutura, além de destacar os prejuízos aos trabalhadores, aposentados e programas de investimento do país.
De acordo com o manifesto, as medidas de ajuste ameaçam diretamente os direitos conquistados e expõem a pressão de setores privilegiados da sociedade sobre o governo. “Essas ações representam um retrocesso que atinge, sobretudo, os mais vulneráveis, comprometendo o acesso a serviços essenciais e minando o desenvolvimento sustentável”, afirma o texto.
Leia na íntegra:
MERCADO FINANCEIRO E MÍDIA NÃO PODEM DITAR AS REGRAS PARA O PAÍS
Temos acompanhado, com crescente preocupação, notícias e editoriais na mídia que têm o objetivo de constranger o governo federal a cortar “estruturalmente” recursos orçamentários e outras fontes de financiamento de políticas públicas voltadas para a saúde, a educação, os trabalhadores, aposentados e idosos, bem como os programas de investimento na infraestrutura para o crescimento do país.
São pressões inaceitáveis que partem de uma minoria privilegiada por isenções de impostos e desonerações injustas e indecentes; dos que manipulam a fixação das maiores taxas de juros do planeta e que chantageiam o governo e o país, especulando com o dólar e nas bolsas de valores.
No momento em que o governo federal, eleito para reconstruir o país, vem obtendo resultados significativos na recuperação do nível de emprego, do salário e da renda da população, tais avanços são apresentados como pretexto para forçar ainda mais a elevação da taxa básica de juros, quando o país e suas forças produtivas demandam exatamente o contrário: mais crédito e mais investimento para fazer a economia girar.
O poder financeiro, os mercados e seus porta-vozes na mídia agitam o fantasma de uma inexistente crise fiscal, quando o que estamos vivendo é a retomada dos fundamentos econômicos, destruídos pelo governo anterior. Onde estavam esses críticos quando Bolsonaro e Guedes romperam os orçamentos públicos e a credibilidade do Brasil? Onde estavam quando a inflação caminhava para 12%?
Agora querem cortar na carne da maioria do povo, avançando seu facão sobre conquistas históricas como o reajuste real do salário-mínimo e sua vinculação às aposentadorias e ao BPC, o seguro-desemprego, os direitos do trabalhador sobre o FGTS, os pisos constitucionais da Saúde e da Educação.
E nada falam sobre o maior responsável pelo crescimento da dívida pública, que é a taxa de juros abusiva e crescente. Nada falam sobre as desonerações de setores que lucram muito sem gerar empregos, inclusive a mídia; a imoral isenção de impostos sobre lucros e dividendos nem sobre a recusa de taxar grandes fortunas, por parte de uma maioria do Congresso que se apropria de fatias cada vez maiores do Orçamento.
Chega de hipocrisia e de chantagem! Cortar recursos de quem precisa do Estado e dos investimentos públicos só vai levar o país de volta a um passado de exclusão e injustiça que os movimentos sociais e o povo lutam há tempos, todos os dias, para transformar numa sociedade melhor e mais justa.
Assinam:
• Frente Brasil Popular
• Frente Povo sem Medo
• MST
• MTST
• CUT
• INTERSINDICAL
• CONTAG
• CNTE
• CONTEE
• CMP
• MTC
• INESC
• MBP
• MPA
• MNU
• MAM
• MMM
• Sem Direitos
• Frente de Evangélicos pelo Estado de Direito
• PT
• PDT
• PSOL
• PCDOB
• Instituto de Finanças Funcionais para o Desenvolvimento – IFFD
• Rede MMT Brasil
• Transforma Unicamp
• Subverta
• Fogo no Pavio
• Sindicato dos Servidores De Ciencia, Tecnologia, Produção e Inovação em Saúde Pública – ASFOC/SN
• Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social – CNTSS
• Federação Nacional das/os Assistentes Sociais
• CANDACES
• Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnicos Administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil – FENAPSI
• Federação Nacional dos Psicólogos
• Associação Brasileira de Ensino de Ciências Sociais – Abecs
• Fineduca assina
• ABGLT
• Rua
• Juventude Manifesta
• Resistência
• ANPAE
• FNPE
• Confederação Sindical Educação dos Países de Língua Portuguesa – CPLP
Fonte: DCM
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