quinta-feira, 28 de novembro de 2024

Professor da Unicamp atuou em plano golpista de Bolsonaro, diz PF


O professor Paulo Lício de Geus, do Instituto de Computação da Unicamp. 
Foto: Reprodução

Um professor da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) atuou junto de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro na trama golpista. Paulo Lício de Geus, do Instituto de Computação da universidade, participou da elaboração e revisão de um relatório usado pelo PL para questionar a integridade das urnas eletrônicas.

Três dias antes da divulgação do documento, em novembro de 2022, o professor disse ter encontrado explicações para alegar a suposta irregularidade das urnas. Ele afirmou ter recebido um pedido de Valdemar Costa Neto, chamado de “VCN” nos diálogos.

Em mensagens trocadas com Éder Balbino, dono de empresa de tecnologia chamado de “gênio de Uberlândia” por Valdemar e um dos responsáveis pela produção do relatório, Geus admitiu que o documento tinha “inconsistências”.

Posteriormente, em conversa com o empresário, o professor afirmou que analisou as urnas do segundo turno de 2022 e admitiu que não encontrou nada anormal nos aparelhos. “VCN (Valdemar Costa Neto) queria também relação de urnas com votação anormal em horários estranhos, mas no 2T (2ºturno) descobri que isso praticamente não existe (se tanto, algumas poucas urnas)”, escreveu.

Mensagens do professor da Unicamp com Éder Balbino, empresário que também atuou no relatório para tentar descredibilizar urnas eletrônicas. Foto: Reprodução


Outras mensagens obtidas pela Polícia Federal apontam que o professor ainda abasteceu influenciadores, como o blogueiro de extrema-direita argentino Fernando Cerimedo, com informações falsas sobre as urnas eletrônicas. “O argentino acho que não entendeu português, então mandei em inglês agora”, escreveu.

Professor admite que abasteceu blogueiro argentino de extrema-direita com fake news sobre as urnas. Foto: Reprodução


O relatório do PL foi apresentado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022 e acabou gerando uma multa contra o partido de R$ 23 milhões por não apresentar provas das supostas irregularidades no sistema eleitoral.

A PF aponta que as mensagens “ratificam a atuação dos membros da organização criminosa” e mostram que o professor estava abastecendo o PL e influenciadores com informações falsas para “incitar a população

Fonte: DCM

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