sexta-feira, 22 de novembro de 2024

PF identifica ligação entre ‘Abin paralela’ e tentativa de golpe; inquérito será concluído até o fim do ano

Ramagem e outros indiciados são citados por aparelhar agência para atacar urnas e favorecer Bolsonaro


A Polícia Federal (PF) pretende concluir até o final de 2024 as investigações sobre a existência de uma estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) usada para monitorar opositores do governo Bolsonaro e facilitar ações antidemocráticas. O caso tem como alvos principais Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin e atual deputado federal (PL-RJ), o policial federal Marcelo Bormevet e o subtenente do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues, todos indiciados no inquérito que apura o plano golpista de 2022.

Segundo a PF, parte da Abin foi “aparelhada” sob a gestão de Ramagem para atacar as urnas eletrônicas e criar um ambiente propício à manutenção de Bolsonaro no poder. E-mails obtidos pela investigação revelaram orientações para descredibilizar as urnas e reforçar uma estratégia “belicosa” contra o sistema eleitoral. Em depoimento, Ramagem admitiu escrever comunicados de possível interesse de Bolsonaro, mas negou que as mensagens tenham sido enviadas e refutou a existência de uma “Abin paralela”.

Golpistas esperavam que Bolsonaro baixasse decreto

A investigação também aponta troca de mensagens entre Bormevet e Giancarlo, que mencionavam a expectativa pela assinatura de um decreto golpista por Bolsonaro em dezembro de 2022. Em outra frente, o policial federal Wladimir Matos Soares relatou ter sido cooptado para fornecer informações sobre a segurança do presidente Lula a aliados do governo anterior, o que levou a novas diligências.

Na última quinta-feira, a PF indiciou Bolsonaro, Ramagem e mais 33 pessoas por crimes relacionados ao golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Os próximos passos incluem depoimentos adicionais, como o de Alexandre Ramalho, ex-assessor de Ramagem.

Fonte: Agenda do Poder

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