Pobreza na Argentina alcançou 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, aumento de 11,2 pontos percentuais em comparação com o mesmo período de 2023
Javier Milei e pessoas pobres na Argentina (Foto: Reuters)
O presidente de extrema direita da Argentina, Javier Milei, declarou que o país sul-americano deixou para trás a recessão econômica e apresenta sinais de recuperação, mesmo diante do aumento da pobreza que afeta mais da metade da população. Desde que assumiu em 10 de dezembro, o mandatário ultraliberal tem implementado uma drástica política de ajuste fiscal, resultando em cortes nas aposentadorias, no orçamento da educação e em demissões em massa no setor público.
“A recessão terminou. Estamos saindo do deserto, o país finalmente começou a crescer”, disse Milei durante um discurso na noite de quinta-feira (7) dirigido para um grupo de empresários, de acordo com a AFP. No entanto, apesar do governo ter reforçado alguns subsídios, a pobreza na Argentina alcançou 52,9% da população no primeiro semestre de 2024, um aumento de 11,2 pontos percentuais em comparação com o mesmo período do ano anterior.
A produção industrial, conforme relatórios do Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec), mostrou um crescimento de 2,6% em setembro em comparação ao mês anterior, e a construção aumentou 2,4% em relação a agosto. Contudo, esses números são ofuscados por quedas significativas em relação ao ano anterior, com a produção industrial caindo 6,1% e a construção despencando 24,8%.
Ainda conforme a reportagem, Milei destacou a desaceleração da inflação, que caiu para 3,5% ao mês em setembro, embora ainda permaneça em alarmantes 200% ao ano, uma das taxas mais elevadas do mundo. "Fizemos um ajuste de choque focado principalmente em um setor público que era sustentado por um déficit fiscal e emissão monetária. E fizemos isso exatamente como dissemos que faríamos", disse o presidente, prometendo que a economia “subiria como um peido de mergulhador”. “E adivinhe? As bolhas estão começando a aparecer”, completou.
Ainda segundo ele, "esse esforço deve implicar em progresso porque, se não, não é sacrifício, é martírio" e que "todos os dias estaremos um pouco melhor do que no dia anterior". No entanto, as projeções do Banco Mundial indicam que a economia argentina deve encolher 3,5% este ano, antes de registrar uma recuperação de 5% no PIB em 2025, o que levanta dúvidas sobre a real capacidade do governo de Milei em reverter a situação econômica do país.
Fonte: Brasil 247
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