O ex-presidente Jair Bolsonaro com expressão de medo. Foto: Sérgio Lima/Poder 360
Os deputados federais, senadores e demais aliados de extrema-direita, próximos ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), avaliam que as recentes revelações da Polícia Federal sobre um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), intensificaram o clima de pressão para uma eventual prisão de Bolsonaro.
Segundo a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, os apontamentos da investigação sobre a participação do ex-presidente na trama golpista aumenta, também, o pessimismo pela aprovação do Projeto de Lei que busca anistiar os golpistas presos pelos atentados de 8 de janeiro de 2023.
A operação da PF, que resultou na prisão de militares envolvidos no plano, revelou detalhes que, segundo lideranças políticas, criam um ambiente desfavorável ao ex-presidente. O relatório final da investigação, que deve ser encaminhado ao STF nesta quinta-feira (21), indicia Bolsonaro e membros de sua equipe por tentativa de golpe de Estado.
Um dos episódios mais comprometedores para o líder da extrema-direita envolve o general da reserva Mário Fernandes. Na época secretário-executivo da Secretaria-Geral da Presidência, Fernandes teria impresso, dentro do Palácio do Planalto, documentos operacionais relacionados ao plano de assassinato enquanto Bolsonaro ainda ocupava a presidência.
A investigação da PF identificou que celulares de outros envolvidos, como Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, estavam conectados às antenas do Palácio no mesmo período. A presença do então presidente no local durante os eventos reforça as suspeitas sobre seu conhecimento ou envolvimento no plano.
Segundo a CNN Brasil, a PF deve indiciar Bolsonaro e seus aliados no inquérito que investiga golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. O depoimento desta terça (19) do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, foi a última diligência na investigação.
Jair Bolsonaro e Mauro Cid, seu ex-ajudante de ordens. Foto: Reprodução
Os ex-ministros e generais Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Walter Braga Netto (Defesa), o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o ex-diretor da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) também devem ser citados no relatório final da investigação.
Investigadores afirmam que Bolsonaro e seus aliados devem ser responsabilizados “de maneira contundente”. Eles avaliam que o relatório final está bem embasado e não deve pedir ainda a prisão do ex-presidente.
Outro nome central na trama é o do general Walter Braga Netto, ex-ministro da Defesa e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022. Segundo a PF, Braga Netto organizou uma reunião em sua residência, em 12 de novembro de 2022, para debater o plano que incluía o assassinato de Lula, Alckmin e Moraes.
Além das implicações criminais, os aliados de Bolsonaro acreditam que as chances de reverter sua inelegibilidade foram drasticamente reduzidas. Até recentemente, havia expectativa de que uma futura composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), com ministros indicados por Bolsonaro, pudesse abrir brechas para sua elegibilidade em 2026.
Fonte: DCM
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