Perícia da PF confirmou a falsidade da assinatura do médico José Roberto de Souza, falecido em 2022, que supostamente teria assinado o documento
Pablo Marçal (Foto: Reprodução/YT)
O ex-coach de extrema-direita e candidato derrotado à Prefeitura de São Paulo Pablo Marçal (PRTB) compareceu, nesta sexta-feira (8), à Superintendência Regional da Polícia Federal em São Paulo para prestar depoimento sobre a publicação de um laudo falso contra o deputado federal Guilherme Boulos (Psol) durante o primeiro turno das eleições municipais, destaca o g1. Marçal chegou ao local por volta das 11h20. A perícia da PF, concluída em 7 de outubro, confirmou a falsidade da assinatura do médico José Roberto de Souza, falecido em 2022, que supostamente teria assinado o documento.
O laudo fraudulento foi compartilhado nas redes sociais de Marçal em 4 de outubro, gerando ampla repercussão. Segundo a filha do médico, Aline Garcia Souza, seu pai jamais trabalhou na clínica Mais Consulta, indicada no documento, nem realizou atendimentos para pessoas com dependência química, o que desmente o conteúdo do laudo. “Não entendo como foi cair o nome e CRM do meu pai. Sempre foi uma pessoa íntegra”, disse.
Os peritos da PF analisaram a assinatura questionada com outros documentos autênticos assinados pelo Dr. José Roberto ao longo dos anos. No laudo técnico, a equipe pericial constatou que “as evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões”, confirmando que a assinatura no documento divulgado por Marçal é falsa.
Além disso, os peritos ressaltaram a necessidade de novas investigações para comprovar a autenticidade do documento em questão. “No caso em questão, não se trata de um documento de segurança e foi apresentado em via digital e não física. A verificação de adulteração ou montagem eletrônica poderá ser realizada por exames específicos que não foram objeto do presente laudo”, disse a PF na ocasião.
Luiz Teixeira da Silva Junior, sócio da clínica Mais Consultas, negou envolvimento com a elaboração do documento. Em nota, declarou que seu nome e o da empresa foram utilizados sem autorização. A família do médico também tomou medidas legais. Carla Maria de Oliveira e Souza, filha do médico falecido, entrou com uma ação contra Marçal, pedindo sua inelegibilidade com urgência, afirmando que a utilização indevida do nome de seu pai fere a integridade da memória do profissional e os princípios da administração pública.
A Justiça Eleitoral ordenou a retirada do conteúdo das redes sociais e a suspensão dos perfis de Marçal no Instagram. Além disso, o ministro Alexandre de Moraes determinou que o candidato comparecesse para prestar depoimento, incluindo uma intimação devido ao uso da plataforma X (antigo Twitter) durante a proibição imposta pela rede social. A campanha de Boulos também acionou a Justiça e pediu a prisão e a cassação da candidatura de Marçal.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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