Documento, porém, permanecerá sob sigilo para assegurar o “trabalho tranquilo” da equipe liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet
Alexandre de Moraes (Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ABr)
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), deverá encaminhar na próxima segunda-feira (25) o relatório final do inquérito que investiga uma tentativa de golpe de Estado para o gabinete da Procuradoria-Geral da República (PGR). Segundo o g1, fontes próximas ao ministro informam que o documento permanecerá sob sigilo, medida que busca assegurar o “trabalho tranquilo” da equipe liderada pelo procurador-geral Paulo Gonet.
O relatório elaborado pela Polícia Federal (PF) traz o indiciamento de 37 pessoas - incluindo Jair Bolsonaro (PL) e reúne informações sobre investigações interligadas, como os casos das vacinas, das joias do acervo presidencial, milícias digitais, disseminação de fake news e tramas golpistas. A PGR já possui um vasto material sobre essas frentes investigativas, mas Paulo Gonet entende que é necessário analisar todas as conexões entre os casos antes de avançar com denúncias.
“É preciso ver o filme todo, e não fotografias”, teria afirmado o procurador-geral, segundo interlocutores. A estratégia é integrar as informações de forma coesa para compreender como os elementos dos diversos inquéritos se complementam e verificar a consistência dos indiciamentos feitos pela PF.
Para conduzir a análise do relatório, Gonet contará com o apoio de uma estrutura robusta. De acordo com a reportagem, a equipe técnica inclui membros da Assessoria Jurídica Criminal (AJCRIM) no STF e o Grupo Estratégico de Combate aos Atos Antidemocráticos (GECAA), formado por um coordenador e oito procuradores auxiliares diretamente ligados ao gabinete do PGR.
Apesar da preparação técnica, o procurador-geral já sinalizou que não será possível oferecer denúncias ainda este ano. O prazo estimado é fevereiro de 2025, com a justificativa de que o volume e a complexidade do material exigem uma análise criteriosa e detalhada. “Um bom trabalho não se faz sem análise cuidadosa e criteriosa do material colhido — o que exige tempo”, teria afirmado Gonet, de acordo com integrantes da PGR.
A decisão de Moraes de manter o sigilo sobre o relatório é vista como uma forma de preservar a integridade do processo investigativo e garantir que a análise do material pela PGR ocorra sem pressões externas. O ministro avalia que a transparência total neste momento poderia comprometer o andamento das investigações, especialmente diante do impacto político do caso.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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