Mensagens obtidas pela PF apontam que o então comandante da Força Naval, almirante Almir Garnier, teria participado da trama golpista
Almir Garnier Santos e Jair Bolsonaro (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
A Marinha do Brasil reagiu às alegações contidas em mensagens obtidas pela Polícia Federal (PF), nas quais se aponta que o ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria se alinhado a um plano golpista articulado durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). As mensagens indicam que Garnier teria afirmado que "tinham tanques no Arsenal prontos", sugerindo uma preparação militar para apoiar o intento de Bolsonaro de reverter o resultado das eleições presidenciais de 2022.
Segundo o jornal O Globo, a Marinha afirmou, por meio de nota, que “em nenhum momento houve ordem, planejamento ou mobilização de veículos blindados para a execução de ações que tentassem abolir o Estado Democrático de Direito”. A Força reiterou que a prontidão de seus meios navais, aeronavais e de fuzileiros navais não foi e não será desviada para ações que busquem restringir os Poderes Constitucionais.
“A Marinha do Brasil encontra-se à disposição dos órgãos competentes para prestar as informações que se fizerem necessárias para o inteiro esclarecimento dos fatos, reiterando o compromisso com a verdade e com a justiça”, declarou a instituição, de acordo com a reportagem.
O caso teve início com a circulação de mensagens entre envolvidos no movimento golpista, incluindo o tenente-coronel da reserva Sergio Cavaliere e um contato identificado apenas como "Riva". Este último descreveu Garnier como um “PATRIOTA” e afirmou que tanques estavam prontos no Arsenal. Em resposta, o interlocutor sugeriu que Bolsonaro deveria ter agido de forma mais decisiva com a Marinha, já que, caso isso tivesse ocorrido, “o Exército e a Aeronáutica iriam atrás”.
A PF, por sua vez, sustentou que as mensagens indicam a adesão de Garnier ao plano de Bolsonaro, que visava reverter os resultados eleitorais. A investigação aponta que, embora Garnier tenha se mostrado favorável à proposta, o plano não seguiu em frente devido à discordância dos então comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Junior.
Em janeiro de 2023, Cavaliere enviou a conversa ao tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, questionando a veracidade das informações. Em resposta, Cid minimizou a situação, afirmando que “a história não foi bem assim”, gravando um áudio que posteriormente apagou.
Almir Garnier, ao ser interrogado pela PF em março, decidiu exercer o direito ao silêncio.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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