O tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, um dos militares indiciados pela PF. Foto: reprodução
Um dos militares que integrava o grupo de WhatsApp “Dosssss!!!”, composto por oficiais que fizeram o curso das Forças Especiais, conhecidos como “Kids Pretos”, chegou a sugerir um campo de prisioneiros de guerra, conforme aponta um inquérito da Polícia Federal (PF) que investiga uma tentativa de golpe de Estado.
O grupo, criado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reunia cerca de 90 militares e teve o nome inspirado na última sílaba do termo “Comandos.”
No dia 19 de novembro de 2022, um major perguntou no grupo: “Alguém tem algum planejamento ou viu em algum momento a condução de um cpg sem aparelhos? Caso sim, chamar no privado.” De acordo com a Polícia Federal, a sigla CPG significa “Campo de Prisioneiros de Guerra.” O militar que fez a pergunta não está entre os 37 indiciados pela polícia.
Em resposta à mensagem, o tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira, que foi indiciado pela PF, escreveu: “Auschwitz!!”. No relatório, a PF destacou: “Auschwitz é o nome do mais mortal e famoso campo de concentração nazista onde foram assassinadas um milhão de pessoas (a grande maioria formada por cidadãos judeus).”
No mesmo dia, o major que sugeriu o campo de prisioneiros comentou novamente no grupo: “Vai ter careca arrastado por blindado em Brasília?”, uma referência pejorativa frequentemente usada para se referir ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
As informações constam de anexos do inquérito sobre a trama golpista que foram tornados públicos nesta semana. A PF indiciou 37 pessoas por tentativa de golpe, tentativa de abolição violenta do Estado de Direito Democrático e organização criminosa.
Fonte: DCM
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