segunda-feira, 11 de novembro de 2024

Delator assassinado pelo PCC no Aeroporto de Guarulhos não quis proteção para manter estilo de vida, diz promotor

"Ele, na presença de seus advogados, se negou a ingressar nesse programa. Embora soubesse que corria risco", disse o promotor de Justiça Lincoln Gakiya

Atentando do PCC em Guarulhos (Foto: Reprodução)

O promotor de Justiça Lincoln Gakiya, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), afirmou que Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, delator da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), executado na sexta-feira (8) com 10 tiros de fuzil no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos, havia fechado um acordo de delação premiada com o Ministério Público em março deste ano, mas se recusou a entrar no programa de proteção a testemunhas. "Ele não queria abrir mão do estilo de vida que levava", disse Gakiya em entrevista ao programa Em Ponto, da GloboNews, segundo o g1.

“O Ministério Público ofereceu a todo momento a inserção do Vinicius no programa de proteção de réu colaborador. Ele, na presença de seus advogados, se negou a ingressar nesse programa. Embora soubesse que corria risco, dizia que podia custear a própria segurança”, destacou Gakiya."Ele precisa romper todos os laços com a sua vida, inclusive com o envolvimento com o crime. Ele deixa sua moradia, seu trabalho, os laços familiares e vai para o programa, mas ele se recusou a ir para esse programa”, afirmou o promotor ao Fantástico, da Rede Globo.

A defesa de Gritzbach confirmou a recusa em participar do programa de proteção, alegando que foi uma escolha pessoal do delator. Gritzbach, que respondia por duplo homicídio e vários crimes de lavagem de dinheiro, estava em liberdade por meio de um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e foi executado na sexta-feira, logo após desembarcar em Guarulhos vindo de Maceió. Em sua bagagem, a polícia encontrou mais de R$ 1 milhão em joias e objetos de valor. Gritzbach havia ido a Maceió cobrar uma dívida.

Nenhum dos quatro policiais militares contratados como segurança do delator estava presente no momento da execução. Um dos carros que iriam buscá-lo teve um problema mecânico, enquanto outro teve que retornar para deixar um dos ocupantes em um posto de combustível. Investigadores suspeitam de falhas intencionais por parte dos seguranças, levantando mais dúvidas sobre as circunstâncias da morte de Gritzbach.

Para o promotor Gakiya, a execução dentro do aeroporto mais movimentado do país é um claro "recado" do crime organizado. "Foi uma audácia muito grande. Eles podiam ter matado o Vinícius em outro local, mas escolheram aquele momento e aquele lugar para enviar uma mensagem clara à sociedade: quem se envolve com o crime, especialmente com o dinheiro do crime, está sujeito a esse tipo de execução à luz do dia", afirmou.

Fonte: Brasil 247 com informações do G1

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