sexta-feira, 15 de novembro de 2024

Cooperativas de reciclagem no Paraná se tornam franquias sociais, aumentando renda e fortalecendo a economia circular


Projeto social, que é fruto de parceria entre os grupos Ambipar e Klabin, fortalece trabalhadores de cooperativas de reciclagem

Trabalhadores de cooperativa de reciclagem no Paraná (Foto: Divulgação)

Em uma iniciativa pioneira, as cooperativas de reciclagem Acamarango, de Reserva, e ReciclaTB, de Telêmaco Borba, transformaram-se em franquias sociais, consolidando um modelo de gestão que eleva a renda de profissionais da reciclagem e fortalece a economia circular na região. O projeto, fruto da parceria entre a Klabin, a Ambipar Environment e as prefeituras locais, foi inaugurado nos dias 12 e 13 de novembro, marcando uma nova fase de desenvolvimento para os trabalhadores do setor.

Desde 2012, as cooperativas integravam o Programa de Resíduos Sólidos da Klabin, agora denominado Klabin Transforma Território Circular, que visa apoiar municípios na adaptação à Política Nacional de Resíduos Sólidos. Por meio de doações de equipamentos, assessoria técnica e capacitação, o programa tem impulsionado a profissionalização das cooperativas, garantindo operações sustentáveis e beneficiando toda a comunidade.

A transformação para o modelo de franquia social oferece autonomia às cooperativas e reforça a circularidade econômica. Leonir dos Santos, presidente da Acamarango, destacou a importância do novo espaço, que inclui refeitório, cozinha, banheiros acessíveis e um escritório, além de melhorar as condições de trabalho e a produtividade. “Com a ajuda da Klabin, conseguimos um preço maior para os resíduos e aumentamos nossa renda no fim do mês”, comemorou Santos.

A ReciclaTB, que também faz parte do programa desde 2021, experimentou um crescimento notável, com a renda média dos cooperados saltando de R$ 1.200 para R$ 4.000. A Ambipar, que contribuiu com expertise técnica e suporte, celebrou o impacto social e ambiental positivo da iniciativa, alinhada aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.

Uilson Paiva, gerente de Responsabilidade Social da Klabin, afirmou que essa nova fase reafirma o compromisso da empresa com a sustentabilidade e o desenvolvimento socioeconômico dos Campos Gerais. “As cooperativas se tornam referências em gestão ambiental eficiente, beneficiando a comunidade e promovendo a conscientização sustentável”, concluiu.

A iniciativa é um exemplo inspirador de como parcerias estratégicas e inovação em gestão podem transformar realidades, promover trabalho decente e reduzir desigualdades, impulsionando a economia local e melhorando a qualidade de vida de seus trabalhadores.

Entenda o que é a economia circular e como ela pode aumentar a renda de pessoas mais vulneráveis

A economia circular é um modelo econômico que busca redefinir a forma como os recursos são utilizados, promovendo a reutilização, reciclagem e regeneração dos materiais em vez do descarte após um único uso. Ao contrário da economia linear, que segue a lógica de “extrair, produzir e descartar”, a economia circular foca em prolongar a vida útil dos produtos e maximizar o valor dos materiais, fechando o ciclo de uso e minimizando o desperdício.

Esse modelo baseia-se em princípios como a eliminação de resíduos e poluição, onde o design dos produtos considera todo o ciclo de vida para reduzir o impacto ambiental e permitir que os materiais retornem ao sistema de produção. Também promove a reutilização de materiais, por meio da reparação, renovação e reciclagem, mantendo a utilidade e o valor dos produtos, e incentiva práticas que regeneram os ecossistemas, como o uso de energia renovável e métodos agrícolas que preservam os recursos naturais.

A economia circular pode ser uma poderosa aliada na promoção de oportunidades econômicas para pessoas em situação de vulnerabilidade. A implementação de práticas de reciclagem e recuperação de materiais cria novos empregos em comunidades que antes dependiam de trabalho sazonal ou informal. Cooperativas de reciclagem, como as de Telêmaco Borba e Reserva, que se tornaram franquias sociais, são exemplos concretos de como esse modelo pode oferecer uma fonte estável de renda e melhores condições de trabalho para catadores e profissionais do setor.

Além disso, a economia circular inclui iniciativas de treinamento técnico e capacitação, preparando trabalhadores para lidar com novas tecnologias e processos de reciclagem e manufatura reversa. Essa qualificação melhora as chances de inserção no mercado de trabalho formal e amplia o potencial de ganhos. Outro aspecto relevante é a valorização dos produtos reciclados, pois o apoio de grandes empresas e políticas públicas focadas na economia circular pode garantir preços melhores para materiais recicláveis, aumentando a rentabilidade das cooperativas. A profissionalização e suporte técnico, como no caso da parceria entre a Klabin e a Ambipar com as cooperativas Acamarango e ReciclaTB, fizeram com que a renda dos trabalhadores dessas comunidades subisse significativamente.

Por fim, a economia circular também estimula o empreendedorismo local, promovendo um ambiente em que pequenos negócios podem prosperar. A criação de produtos reciclados, serviços de conserto e iniciativas comunitárias de gestão de resíduos são apenas algumas das formas pelas quais essa abordagem impulsiona a economia local, proporcionando mais oportunidades de geração de renda e melhorando a qualidade de vida das comunidades envolvidas.

Fonte: Brasil 247

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