O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes: ele era alvo de um plano de assassinato. Foto: reprodução
O contador Lafaiete Teixeira viu sua rotina ser completamente alterada na terça-feira (19), quando seu nome foi associado a um plano para assassinar o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, conforme divulgado pela Polícia Federal (PF). O esquema, denominado Operação Punhal Verde Amarelo, utilizou dados pessoais de Lafaiete para cadastrar um telefone usado na ação em 15 de dezembro de 2022.
“Estou em choque. Descobri que meus dados foram utilizados após a divulgação da investigação. Comecei a receber ligações. No momento, estou com medo. Não sei o que pode acontecer”, revelou Lafaiete em entrevista ao Metrópoles.
A escolha do nome de Lafaiete para o cadastro não foi aleatória. Dias antes, o tenente-coronel Rafael Oliveira e Lafaiete Teixeira Caitano se envolveram em um acidente de trânsito próximo ao restaurante Sete Curvas, em Santo Antônio do Descoberto, no Entorno do Distrito Federal.
Na ocasião, Lafaiete viajava de Valparaíso de Goiás para Anápolis em 24 de novembro de 2022. Sob chuva e com a pista parcialmente bloqueada devido a um acidente anterior, ele colidiu com um Volkswagen T Cross conduzido por Rafael.
“O T Cross estava quase parado, e não consegui frear a tempo. Conversamos e acionamos a seguradora para remover os veículos da via,” detalhou Lafaiete em boletim de ocorrência registrado online no dia 6 de dezembro de 2022.
A PF descobriu que Rafael havia alugado o veículo em Goiânia em 21 de novembro de 2022, devolvendo-o quatro dias depois. Durante as investigações, foram recuperados dados de um aplicativo de mensagens no celular de Rafael. Nele, foi encontrada uma foto da CNH de Lafaiete, capturada com as pontas dos dedos do oficial visíveis. Após perícia do Instituto Nacional de Identificação, as digitais foram confirmadas como sendo de Rafael Martins de Oliveira.
A partir de uma foto no celular, a PF identificou as digitais do militar — Foto: Reprodução
Além disso, outra foto, tirada um minuto após a da CNH, mostrava o CRLV de um veículo em nome de Lafaiete, ambas capturadas na BR-060, sentido Brasília-Goiânia. Ao cruzar essas informações, a PF localizou o boletim de ocorrência registrado por Lafaiete, que confirmava o local e horário dos eventos.
Com esses dados, a PF solicitou informações à operadora TIM sobre o número associado ao codinome “teixeiralafaiete230”. A operadora confirmou que o número foi registrado em 8 de dezembro de 2022 no nome de Lafaiete, o que reforçou o envolvimento de Rafael na fraude. O relatório policial concluiu que Lafaiete era uma vítima inocente no esquema.
“Rafael de Oliveira utilizou os dados de Lafaiete, um terceiro de boa-fé, para habilitar o número telefônico usado na ação clandestina de 15 de dezembro de 2022,” afirma o relatório.
Essa prática, denominada de “anonimização,” é descrita na doutrina de Forças Especiais do Exército como uma técnica para ocultar a identidade de usuários de prefixos telefônicos. A PF também apontou outros indícios que comprovam a participação direta de Rafael na operação clandestina.
Fonte: DCM
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