quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Braga Netto se esconde, nega reunião sobre plano para matar Lula e diz que agiu por “lealdade” a Bolsonaro

O general Walter Braga Netto: segundo a PF, o plano para matar Lular, Alckmin e Moraes foi discutido na casa do militar. Foto: reprodução

O general Walter Braga Netto tem conversado discretamente com aliados desde que seu nome voltou ao centro das investigações relacionadas à trama golpista. Segundo revelações da Polícia Federal (PF), ele teria participado de uma reunião com militares envolvidos no plano em seu apartamento, em Brasília. Contudo, Braga Netto nega as acusações e afirma que não fez reunião em seu apartamento para “tratar de plano algum”.

De acordo com o plano investigado, o objetivo era executar o presidente Lula (PT), o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2022.

Braga Netto residia no Bloco B, na quadra 112 da Asa Sul, um prédio onde outros generais do Ministério da Defesa e do alto escalão do governo também moravam. O edifício contava com um salão de convivência na cobertura, frequentemente usado para reuniões sociais e privadas, o que agora levanta suspeitas.

Em conversas com pessoas próximas, o general costuma mencionar que tinha o hábito de passear com o cachorro duas a três vezes ao dia nos arredores do prédio, onde frequentemente encontrava outros colegas de farda, conforme informações da coluna de Lauro Jardim, do Globo.

Bolsonaro indica que Braga Netto poderá ser o seu vice - Jornal O Globo
Braga Netto e Jair Bolsonaro. Foto: reprodução

Ele também tem ressaltado o papel de assessoramento que desempenhou junto a Bolsonaro até o final do governo. Nessas conversas, faz questão de destacar “a lealdade” ao ex-capitão e utilizar expressões como “correção ética e moral” para descrever sua conduta, sem abordar diretamente as acusações de envolvimento na trama golpista.

O relatório da PF aponta que o apartamento de Braga Netto foi utilizado para uma reunião em 12 de novembro de 2022, com a presença do tenente-coronel Mauro Cesar Cid, do major Rafael de Oliveira e do tenente-coronel Ferreira Lima. A existência do encontro foi confirmada pelo próprio Mauro Cid durante as investigações.

Além disso, Braga Netto é considerado um dos principais articuladores da suposta tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder, mesmo após a derrota nas urnas. A PF avalia como provável o indiciamento do general no inquérito que investiga o caso, reforçando seu papel no planejamento da ruptura democrática.

Fonte: DCM

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