Bolsonaro: Congresso é o caminho para quase tudo e pode reverter inelegibilidade

Inelegível por declarações golpistas, o político da extrema-direita voltou a negar participação em uma tentativa de ruptura institucional

Jair Bolsonaro (Foto: Divulgação)

Jair Bolsonaro (PL) tem demonstrado expectativa de conseguir disputar a presidência da República, mas precisa reverter a sua inelegibilidade até 2030 por disseminar informações falsas sobre as urnas eletrônicas. “O Congresso é o caminho para quase tudo. É o Poder mais importante”, disse o político da extrema-direita, que negou participação de uma tentativa de ruptura democrática. Bolsonaro disse ter debatido com aliados “remédios constitucionais” para “buscar uma maneira de questionar o processo eleitoral”. A entrevista foi concedida ao jornal O Globo.

O ex-mandatário afirmou que o Congresso "pode” reverter a inelegibilidade. "O Congresso é o caminho para quase tudo. O Poder mais importante é o Legislativo. Depois, o Executivo... O Congresso é o Poder mais importante. Ninguém votou em pessoal do Supremo. Ninguém votou em ministro da República. O Poder mais importante é o do Congresso. A Constituição que entende dessa maneira. O Poder Judiciário é para dirimir conflitos", continuou.

"O Congresso anistiou gente que botou bomba no quartel, gente que matou gente, que sequestrou, que matou autoridades internacionais, ladrão de banco. Todo mundo se anistia lá. Alguém falar que queriam dar um golpe num domingo. O que é golpe? O golpe é quando entro na sua sala, mato você, te prendo ou eu te mando para fora do país. Eu nunca vi um golpe desarmado. Está uma sanha por parte de uma pessoa para arranjar um golpe e condenar. Isso já ficou feio. É joia, é vacina, é baleia, é leite condensado, é moedinha no espelho d'água do Alvorada".

Em delação premiada, o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, afirmou que o político da extrema-direita consultou militares para saber como poderia ser aplicado um golpe de Estado.Em 2024, a Polícia Federal iniciou a Operação Tempus Veritatis (“A hora da Verdade”).

A corporação descobriu que a tentativa de ruptura institucional teria como objetivo prender os ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Trump

Na entrevista, Bolsonaro também comentou sobre a vitória de Donald Trump (Partido Republicano) nos Estados Unidos, onde o ex-presidente norte-americano disputou contra Kamala Harris (Partido Democrata), atual vice-presidente dos EUA.

"É uma boa notícia para o mundo, né? Nós defendemos a liberdade econômica. Os Estados Unidos são a maior democracia do mundo e dão o seu potencial. Eles projetam o poder. Então, é natural. Se o Brasil quer ter menos problemas no mundo, deve seguir um pouco a linha americana".

Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo