sábado, 9 de novembro de 2024

Arquidiocese de SP arquiva investigação sobre padre Júlio Lancellotti

A investigação aberta em fevereiro para apurava denúncias de abuso sexual contra o padre

(Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247)

A Arquidiocese de São Paulo anunciou o arquivamento de uma investigação aberta em fevereiro para apurar denúncias de abuso sexual contra o padre Júlio Lancellotti, informa a Folha de S. Paulo. Segundo a instituição, a Comissão Arquidiocesana de Tutela contra Abusos de Menores e Adultos Vulneráveis conduziu uma série de entrevistas com as supostas vítimas, além de ouvir o próprio padre. Contudo, “não foi possível confirmar a verossimilhança” das acusações, levando a Cúria Metropolitana a encerrar o caso.

Em comunicado oficial, a Arquidiocese detalhou o processo de apuração: “A Comissão Arquidiocesana de Tutela chamou e ouviu todas as pessoas que alegaram, através de órgãos de imprensa, terem sido vítimas de abusos cometidos pelo referido padre, que também foi ouvido”. Após a etapa inicial, uma Comissão de Investigação Prévia foi criada para aprofundar as denúncias. Ao fim dos trabalhos, a investigação foi arquivada por não haver comprovação de veracidade das alegações.

Esta é a segunda vez que o nome de Lancellotti é investigado pela Igreja e posteriormente inocentado. Em 2020, após a circulação de um vídeo de conteúdo sexual sem autenticidade comprovada e que supostamente envolvia o padre, a Arquidiocese também concluiu a apuração sem evidências de materialidade, levando ao arquivamento do caso. Na ocasião, o Ministério Público de São Paulo avaliou as denúncias e optou por não instaurar uma ação penal.

A situação de Lancellotti, que é responsável pela paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, e coordena a Pastoral do Povo da Rua, também repercutiu na Câmara Municipal de São Paulo. Em abril deste ano, o vereador Rubinho Nunes (União) apresentou um pedido para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) voltada à conduta do padre, alegando a existência de provas “contundentes” contra o religioso. Inicialmente, a proposta de CPI mirava a atuação de ONGs na região da cracolândia, no centro de São Paulo, mas acabou sendo redirecionada para focar especificamente em Lancellotti.

No entanto, a iniciativa não avançou e segue sem previsão para retomada. O padre sempre negou as acusações, reiterando em nota que as alegações “são completamente falsas, inverídicas”, e mantendo sua atuação social com pessoas em situação de rua.

Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo

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