Troca de acusações, menções a aliados polêmicos e discussões sobre feminicídio e segurança dominam o confronto entre os candidatos
O último debate do segundo turno das eleições para a prefeitura de Fortaleza, realizado na noite de sexta-feira, 25, pelo Sistema Verdes Mares, foi marcado por um embate tenso entre Evandro Leitão (PT) e André Fernandes (PL). Com um formato que permitia a locomoção livre pelo estúdio, o encontro teve momentos de grande proximidade física entre os candidatos, refletindo a disputa acirrada. O clima de confronto evidenciou a divisão entre os dois, que se alternaram em acusações envolvendo desde pautas sensíveis, como o feminicídio, até o apoio de aliados políticos com histórico controverso, como aponta reportagem do jornal O Povo.
O debate iniciou com discussões sobre as políticas voltadas para as mulheres, tema central para ambos os candidatos, que disputam um eleitorado sensível às questões de segurança e proteção feminina. Evandro Leitão confrontou André Fernandes sobre um vídeo em que o candidato do PL parece minimizar o feminicídio, levantando dúvidas sobre seu compromisso com o tema. “O que o senhor propõe para enfrentar essa realidade?”, questionou Evandro, ressaltando a importância da pauta no contexto atual. Fernandes respondeu dizendo que o vídeo havia sido “retirado de contexto”, mas Leitão manteve o ataque, classificando André como “01 do Bolsonaro” e “rei das fake news”.
Em meio às acusações, Leitão mencionou um episódio recente envolvendo o vereador eleito Inspetor Alberto (PL), apoiador de Fernandes, que causou polêmica ao pedir publicamente que Leitão “preparasse o caixão”. "Esse tipo de ameaça não pode ser tolerado", afirmou o candidato do PT. André Fernandes rebateu, afirmando que Evandro tentava “imputar” a ele a fala de um apoiador e retrucou mencionando o caso de Ronivaldo Maia (PSD), vereador aliado de Leitão, que foi expulso do PT em 2022 após atropelar uma mulher.
Outro ponto de divergência foi o financiamento de campanha. Leitão criticou a doação de R$ 17 milhões recebida por Fernandes do PL e questionou a transparência do adversário, que frequentemente afirma estar em uma “campanha modesta com uma caixa de som”. Fernandes respondeu que a campanha de Evandro teria arrecadado R$ 22 milhões, segundo ele, um valor maior do que o próprio. Dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que, até a última atualização, a arrecadação de Evandro estava em R$ 19,1 milhões, enquanto a de Fernandes somava R$ 18,2 milhões.
No campo da segurança, o candidato do PL propôs melhorias para a Guarda Municipal de Fortaleza, enquanto Leitão destacou o projeto de ampliação dos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) como parte de um programa de saúde mental abrangente para a cidade. Leitão também relembrou o papel de Fernandes durante a pandemia, afirmando que ele "negou a ciência" ao apoiar posições contrárias às medidas sanitárias recomendadas.
Ao longo do debate, a ligação dos candidatos com figuras de destaque nacional foi tema recorrente. Evandro apontou que Fernandes estaria “escondendo” Jair Bolsonaro de sua campanha, enquanto André Fernandes criticou o apoio de figuras como o presidente Lula e o ministro Camilo Santana ao petista.
Fonte: Brasil 247
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