Moradores relatam improvisos e medo diante da falta de luz e descaso do poder público
Após a forte tempestade que atingiu São Paulo na última semana, a ex-feirante Isabel de Freitas, de 57 anos, enfrentou sete dias de escuridão. A moradora do bairro Campo Limpo viu uma árvore de grande porte desabar sobre sua casa, destruindo parte do telhado e rompendo os fios elétricos. A queda ocorreu na noite de uma sexta-feira (16), e desde então, ela e sua família ficaram sem energia. “Moro nessa casa desde 1985 e nunca passei por algo assim. A árvore cortou todos os fios, apagou tudo. Os galhos destruíram o telhado da garagem, parecia uma cachoeira dentro de casa”, relatou em reportagem ao jornal O Globo.
Nos dias que seguiram, Isabel enfrentou dificuldades para realizar atividades básicas, como tomar banho e preparar refeições. “Foi tudo improvisado. Enchíamos água em uma panela, esquentávamos e tomávamos banho de caneca. Minha cunhada, que mora perto, nos ajudava com alimentos, porque aqui em casa nada durava sem geladeira”, relata. Durante o apagão, a rua inteira ficou sem luz, e a vizinhança se uniu para enfrentar o problema. “Nos juntávamos na calçada à noite, esperando o caminhão da Enel, mas a cada ligação, eles davam um novo horário que nunca se cumpria”, desabafa.
A maior preocupação de Isabel era com as carpas que criava em um aquário, em homenagem ao seu falecido marido, Yoshihiro. “Ficava acordando várias vezes de madrugada para mexer na água e garantir que elas tivessem oxigênio. Era a paixão dele, e eu cuido delas em sua memória”, diz emocionada. Após dias de espera e temor de novos danos, a energia foi finalmente restabelecida, e a sensação de alívio prevaleceu. “Foi uma tragédia anunciada. Aquela árvore precisava ser podada há anos. Agora é colocar as coisas no lugar e tentar recomeçar”, conclui.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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