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Imagem ilustrativa (Foto: Reprodução)
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) acionou a Polícia Civil para investigar possíveis crimes de racismo após a divulgação de um vídeo nas redes sociais, no qual um funcionário de um bar de Belo Horizonte, identificado como Alessandro Pereira de Oliveira, de 36 anos, faz declarações de teor racista. O conteúdo, que rapidamente viralizou, foi publicado na última sexta-feira (18 de outubro). As informações são do G1.
Nas imagens, Alessandro aparece proferindo frases como “preto tem que entrar no chicote” e “tem que tomar água do vaso”, além de criticar a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil em 1888. “Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão”, diz ele em um dos trechos do vídeo.
Investigação em andamento
O promotor de Justiça e coordenador de Combate ao Racismo e Todas as Outras Formas de Discriminação (CCRAD) do MPMG, Allender Barreto Lima, explicou que a denúncia chegou por meio de movimentos sociais e que já foram tomadas providências junto à Delegacia Especial de Repressão aos Crimes por Discriminação Racial (Decrin) e à Promotoria de Direitos Humanos. “Essa notícia desse crime grave, em tese praticado por esse homem, chegou ao nosso conhecimento através de movimentos sociais. Embora eu não estivesse de plantão, eu instaurei procedimento de notícia de fato na coordenadoria e já pedi providência à Decrin e à promotoria de Justiça de Direitos Humanos”, afirmou Lima.
Até o momento, Alessandro não foi localizado pela reportagem, que também tenta contato com o estabelecimento onde ele trabalha. O espaço permanece aberto para eventuais esclarecimentos por parte dos envolvidos.
Conteúdo ofensivo
No vídeo, Alessandro faz uma série de declarações ofensivas, usando termos pejorativos para se referir a pessoas negras e criticando a abolição da escravidão no Brasil. “É, rapaz. Trabalhar em bar não é fácil, não. Tem que aturar cada uma! Maldita Princesa Isabel, que assinou aquela Lei Áurea para acabar com a escravidão. Preto tem que entrar no chicote e no tronco mesmo, tem conversa não. Vê se preto tem razão pra reclamar de copo. Tem que tomar água do vaso essa desgraça”, afirma ele, em um dos trechos.
Ele continua: “Falar para você, viu? Eu tinha que ter vivido na época dos barões, cortar essa raça toda no chicote, amarrar no tronco e chicote estalando no lombo. Amarrar na caixa de ferro e deixar o dia todo no sol esses demônios. Falar para você, viu? Tenho que aturar macaco aqui me enchendo o saco.”
Antecedentes criminais
Em nota, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais confirmou que Alessandro possui histórico criminal, com quatro passagens pelo sistema prisional. A primeira delas ocorreu em 2017. De acordo com o órgão, ele recebeu o benefício de saída temporária em 26 de março deste ano, mas não retornou no prazo estabelecido, sendo considerado foragido. “Alessandro possui mandado de prisão em aberto”, informou a secretaria, sem especificar os crimes anteriores cometidos por ele.
O caso segue sob investigação, e as autoridades reforçam que atitudes de cunho racista são passíveis de responsabilização criminal.
Fonte: Brasil 247
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