A jornalista Cristina Graeml, candidata à Prefeitura de Curitiba (PR) – Foto: Tami Taketani
A jornalista bolsonarista Cristina Graeml, candidata à Prefeitura de Curitiba (PR), ainda não recebeu nenhum recurso do fundo eleitoral do seu partido, o PMB (Partido da Mulher Brasileira), para sua campanha. O partido teria direito a R$ 3,4 milhões, mas a verba está bloqueada pela Justiça Eleitoral.
De acordo com Yann Monteiro, da direção nacional do PMB, o bloqueio foi justificado por um erro formal em uma prestação de contas do partido, que já foi corrigido. No entanto, até o momento, o fundo não foi liberado, o que tem dificultado a campanha da candidata. “Ficamos surpresos com essa decisão, especialmente por vir da ministra Carmen Lúcia, que sempre defendeu a pauta das mulheres”, disse Monteiro.
Sem os recursos do fundo eleitoral, Graeml conseguiu arrecadar até agora apenas R$ 515 mil para sua campanha, um valor significativamente menor em comparação ao seu adversário no segundo turno, Eduardo Pimentel (PSD), que já angariou R$ 12,4 milhões.
Eduardo Pimentel (PSD), candidato à Prefeitura de Curitiba (PR) – Foto: Reprodução
Quem é Cristina Graeml
Cristina era estrela da Gazeta do Povo, uma espécie de Jovem Pan, mas mais à direita. Assim como Bolsonaro, defendeu o uso da cloroquina e se posicionou contra as vacinas durante a pandemia de Covid-19.
Apesar de estar filiada a um partido que leva “Mulher” no nome, o plano de governo de Cristina Graeml sequer menciona essa palavra. São 65 páginas de propostas elaboradas por um grupo de voluntários, em que, em vez de falar sobre direitos das mulheres, ela reforça uma agenda que ameaça conquistas feministas, como a legalidade do aborto nos casos previstos por lei.
Graeml defende o “Direito à Vida Desde a Concepção”, o que, na prática, significa que ela deseja retroceder na garantia do aborto legal, ignorando a realidade de milhares de mulheres que recorrem ao procedimento por situações extremas de violência ou risco de vida.
Cristina utiliza suas redes sociais para disseminar fake news, atacando não só a ciência, mas também movimentos LGBTQIA+ e todos aqueles que ela considera parte da “extrema esquerda”. Ela participou das manifestações de 7 de setembro em São Paulo, exigindo o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, repetindo o discurso autoritário de Bolsonaro contra o STF. Seus apoiadores, inclusive, replicam desinformação em grupos de WhatsApp, utilizando narrativas bizarras como a infame “mamadeira de piroca”, em uma tentativa de manipular o debate público e inflamar eleitores com mentiras.
Fonte: Bem Paraná
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