quinta-feira, 17 de outubro de 2024

PGR diz que plano golpista de Bolsonaro foi “essencial” para o 8/1


A reunião golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro e ministros em 5 de julho de 2022 no Palácio do Planalto. Foto: Reprodução

O procurador-geral da República, Paulo Gonet, apontou pela primeira vez um vínculo entre o plano golpista do ex-presidente Jair Bolsonaro e o ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023. Em uma manifestação apresentada em inquérito da Polícia Federal, ele aponta que a trama golpista foi “essencial” para o ataque à Praça dos Três Poderes.

“Os elementos de convicção até então colhidos indicam que a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios ocorridos em 8.1.2023”, escreveu. A manifestação é sigilosa e foi obtida pela coluna de Aguirre Talento no UOL.

Gonet ainda indicou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os acusados de participar da trama golpista poderão ser cobrados pelos prejuízos do ataque. Para ele, os envolvidos no plano devem ser responsabilizados e obrigados a ressarcir os cofres públicos em R$ 26 milhões por destruição de patrimônio público.

A manifestação apresentada pelo chefe da Procuradoria-Geral da República (PGR) ocorreu em resposta a um pedido da defesa de Valdemar Costa Neto, presidente do PL, que solicitou a revogação de suas medidas cautelares e a devolução de R$ 53 mil apreendidos em sua residência, além de três relógios de luxo.

O ataque terrorista de 8 de janeiro de 2023 em Brasília. Foto: Ton Molina/AFP

Para o procurador, os valores não devem ser devolvidos porque os investigados podem ser condenados a ressarcir os cofres públicos. Ele aponta que os danos do 8 de janeiro foram calculados em R$ 3,5 milhões no Senado Federal, R$ 2,7 milhões na Câmara dos Deputados, R$ 9 milhões no Palácio do Planalto e R$ 11,4 milhões na Corte.

“Não parece recomendável, também, a restituição dos bens apreendidos. O requerente é investigado por crimes que resultaram em expressivos prejuízos à Fazenda Pública”, prosseguiu.

A Polícia Federal deve concluir o inquérito até o fim deste ano e Gonet será o responsável por decidir se arquiva a investigação ou se oferece uma denúncia ao Supremo. A manifestação do procurador aponta que a condição dos investigados pode ser agravada e eles podem ser acusados de ainda mais crimes.

Fonte: DCM

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