O relatório final deve apresentar novas mensagens encontradas em aparelhos eletrônicos pessoais dos investigados
A Polícia Federal prevê concluir no início de novembro as investigações sobre a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na tentativa de golpe de Estado que culminou nos ataques de 8 de janeiro, informa a jornalista Andréia Sadi, do G1. O relatório final deve apresentar novas mensagens encontradas em aparelhos eletrônicos pessoais dos investigados.
Na avaliação dos agentes envolvidos nas investigações, as mensagens comprovam e reforçam o envolvimento de Bolsonaro na elaboração de uma minuta golpista discutida em reuniões no Palácio da Alvorada após a derrota nas urnas em 2022. Depoimentos revelaram reuniões entre autoridades para uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
O relatório da PF vai encerrar o inquérito das milícias digitais, que já gerou dois indiciamentos. Um deles sobre a falsificação de cartões de vacinação, e o outro sobre o desvio de presentes dados por autoridades estrangeiras ao governo Bolsonaro. A parte sobre a tentativa de golpe demorou mais porque era preciso cruzar os dados da investigação com o inquérito que apura a criação de uma estrutura paralela na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para investigar inimigos políticos do ex-presidente.
A PF apontou que a Abrin paralela era utilizada para criar e espalhar notícias falsas, que seriam o ponto de intersecção com o inquérito das milícias digitais. As investigações andaram em um ritmo mais lento porque os agentes precisaram aguardar a perícia extrair as mensagens dos celulares e computadores apreendidos nas operações de busca já realizadas. Alguns suspeitos não entregaram as senhas dos equipamentos, o que atrasou os trabalhos.
As duas primeiras partes do inquérito das milícias digitais já estão sob análise da Procuradoria-Geral da República (PGR) desde julho. A entidade ainda aguarda a parte final do inquérito para se pronunciar sobre as investigações. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse a interlocutores que uma eventual denúncia contra o ex-presidente precisa ser robusta.
Nesse sentido, a denúncia apresentada pela PGR ao STF deve ligar todas as pontas do inquérito .A falsificação dos cartões de vacina serviu para Bolsonaro e seus aliados entrarem nos Estados Unidos, enquanto a venda de jóias serviriam para custear a ida do ex-presidente para o país enquanto aguardava a concretização do golpe.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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