Movimento acusa ação truculenta da Polícia Civil, que nega chacina e confirma dois mortos em confronto armado
Na madrugada de sexta-feira (11), a Polícia Civil do Pará, por meio da Delegacia Especializada em Conflitos Agrários (Deca), deflagrou a operação "Fortis Status" em Marabá, com o objetivo de investigar um suposto grupo criminoso envolvido em crimes ambientais na fazenda Mutamba. A ação, no entanto, gerou polêmica e uma grave denúncia do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que informou, em nota, que cinco pessoas foram mortas e outras ficaram feridas. As informações são do portal Fato Regional.
O MST Pará descreveu a operação como violenta e abusiva, afirmando que policiais fortemente armados e encapuzados invadiram o Acampamento Terra Prometida, onde vivem cerca de 200 famílias. "Os policiais entraram atirando, fazendo várias vítimas. Não foi apresentado nenhum mandado judicial, e os policiais envolvidos estavam sem identificação", relatou o movimento em suas redes sociais, sugerindo que a ação se tratou de uma "chacina disfarçada de operação de busca e apreensão".
Embora o acampamento não seja formalmente ligado ao MST, o movimento declarou solidariedade às vítimas e pediu uma apuração rigorosa dos fatos. A Defensoria Pública do Pará também confirmou que houve cinco mortes e solicitou a retirada imediata dos policiais da área, além da suspensão das medidas de repressão.
Por outro lado, a Polícia Civil apresentou uma versão diferente dos fatos. Em nota, confirmou a realização da operação e negou o número de mortos relatado pelo MST, afirmando que dois homens foram mortos após troca de tiros com os policiais. A polícia informou ainda que quatro suspeitos foram presos e que nove armas de fogo, munições e celulares foram apreendidos durante a ação.
A fazenda Mutamba, palco dos confrontos, pertence à família Mutran e está em disputa judicial há alguns anos. A área, ocupada por trabalhadores rurais, é alvo de uma ação de reintegração de posse que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF), sob a responsabilidade do ministro Cristiano Zanin. A fazenda também foi escolhida pelo MST para as ações do "Abril Vermelho" deste ano, em memória ao Massacre de Eldorado dos Carajás, ocorrido em 1996.
O caso gerou grande repercussão, e um grupo de representantes do MST está se deslocando para a fazenda para investigar a situação. Até o momento, o número exato de feridos não foi divulgado, e as informações ainda estão sendo atualizadas.
Fonte: Brasil 247 com informações do portal Fato Regional
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