quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Morre Maguila, histórico boxeador brasileiro, aos 66 anos


Maguila comemora vitória no boxe durante os anos 1990. Foto: reprodução

O boxeador José Adilson Rodrigues dos Santos, conhecido como Maguila, morreu aos 66 anos nesta quinta-feira (24), vítima de Encefalopatia Traumática Crônica, uma doença degenerativa que pode ter origem nos golpes sofridos durante os anos de luta. Segundo a Band, a notícia foi confirmada pela esposa do ex-atleta, Irani.

Um dos principais pugilistas brasileiros, Maguila nasceu em Aracaju, Sergipe, e durante sua carreira subiu aos ringues oficialmente 85 vezes, ganhando 77 lutas, sendo 61 por nocaute, perdeu apenas 7 vezes e uma disputa ficou empatada.

Com uma história marcada pela pobreza na infância, ele fundou a ONG “Amanhã Melhor” com o objetivo de dar oportunidade e educação a crianças por meio do boxe.

Após conquistar o cinturão sul-americano de pesos pesados, Maguila ficou a um passo de se tornar campeão mundial na categoria. Mas nas duas oportunidades ele esbarrou em pugilistas estadunidenses que protagonizam entre os principais nomes da história do esporte: Evander Holyfield, em 1989, e George Foreman, em 1990.

Maguila na histórica luta contra Holyfield em 1989. Foto: reprodução

Em outra associação, Maguila chegou ao auge ao conquistar o cinturão da World Boxing Federation (WBF) ao vencer o britânico Johnny Nelson em 1995.

A doença degenerativa que tirou de Maguila a qualidade de vida no envelhecimento é associada aos danos causados pela rotina de golpes na cabeça durante os anos no boxe. Consciente da condição, ele declarava que, após sua morte, os médicos poderiam colher seu cérebro para estudos que possam melhorar a saúde de atletas das próximas gerações.

Atleta de elite nos ringues, Maguila cativou os brasileiros também por sua personalidade simples. Com sotaque carregado e livre de preconceitos, uma fala dele, em 1992, viralizou nas últimas semanas ao comentar sobre a “homossexualidade”. Em um debate com um pastor, ele defendeu o jornalista Leão Lobo, dizendo que pessoas gays não são doentes.

“O homem, ou viado (SIC), já nasceu com esse dom de transar com outro homem. Outra coisa que eu discordo do pastor é que quando Deus põe o filho dele na Terra, todos nós temos um destino. O Leão Lobo teve esse destino, que não começou depois de grande, foi desde pequeno. Deus que fez ele assim”, disse na época em fala considerada à frente de seu tempo, ainda mais considerando meio machista formado por atletas brasileiros.

Fonte: DCM

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