domingo, 27 de outubro de 2024

Ministros dizem que mentira de Tarcísio envolvendo Boulos e o PCC vai chegar ao TSE

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos); o prefeito da capital paulista, Ricardo Nunes (MDB); e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Foto: Paulo Guereta/Prefeitura de SP

A mentira espalhada pelo governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), associando o candidato Guilherme Boulos (PSOL) ao PCC durante o dia de votação, causou perplexidade entre os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Embora peçam reserva, eles acreditam que o caso provavelmente chegará ao TSE para análise e possível ação.

Tarcísio, utilizando informações de inteligência de sua posição, afirmou que facções criminosas teriam recomendado o voto em Boulos, o que, segundo eles, pode ser interpretado como uma tentativa de interferir no processo eleitoral.

Embora os magistrados considerem que a divulgação de tais informações fora do contexto eleitoral não traria problemas, o fato de terem sido mencionadas no dia da eleição é problemático. Isso sugere uma tentativa de deslegitimar a candidatura de Boulos em favor do atual prefeito Ricardo Nunes (MDB), que estava presente quando a declaração foi feita.

Tarcísio e Nunes em coletiva em que espalharam fake news sobre Boulos e o PCC

Renato Galuppo, advogado especializado em direito eleitoral, indicou que a declaração de Tarcísio pode ser vista como um crime contra a honra, uma vez que implica uma grave acusação sem respaldo.

Além disso, a ação pode ser enquadrada no Código Eleitoral, especificamente no artigo 323, que proíbe a divulgação de fatos inverídicos sobre candidatos ou partidos durante a campanha eleitoral. As possíveis consequências legais para Tarcísio podem incluir detenção ou multas.

O caso mobilizou instituições e especialistas durante todo o domingo.


O cientista político Aldo Fornazieri, doutor em Ciência Política pela USP, ex-diretor Acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), onde é professor, defende que o governador precisa ser preso.

Fonte: DCM

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