sábado, 19 de outubro de 2024

Gleisi nega ser contra candidatura de Edinho Silva à presidência do PT e diz que Haddad seria ótimo nome para o Senado em 2026

A presidente do partido negou qualquer oposição ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando, inclusive, que ele deveria ser candidato ao Senado em 2026


A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, refutou a ideia de ser contra a candidatura de Edinho Silva, prefeito de Araraquara, para sua sucessão no comando do partido. Ela destacou a importância de construir um nome que consiga unificar a legenda. Além disso, Gleisi negou qualquer oposição ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmando, inclusive, que ele deveria ser candidato ao Senado em 2026.

Segundo informações divulgadas, algumas lideranças petistas acreditam que Gleisi estaria promovendo a candidatura de um nome do Nordeste para enfraquecer Edinho, que é próximo a Haddad. Internamente, opositores de Edinho ainda argumentam que sua pretensão de assumir o comando do partido foi abalada pelo fato de ele não ter conseguido eleger sua sucessora em Araraquara, a ex-secretária de Saúde, Eliana Honain (PT).

— Não tenho nenhuma oposição ao Edinho. Aliás, gosto muito dele. O Edinho foi coordenador da comunicação quando fui coordenadora (geral) da campanha do Lula (em 2022). Eu tenho muita admiração pela capacidade política do Edinho. Não entendo que o resultado da eleição em Araraquara seja determinante para ele deixar de ser presidente do PT. Isso não é relevante nesse contexto. Ele tem todas as condições de ser presidente do PT.

Gleisi conta que foi procurada por petistas do Nordeste que reivindicam espaço para um nome da região no comando do partido.

— O que eu fiz não foi incentivar a candidatura do Nordeste, foi reconhecer a legitimidade, porque vieram falar comigo que achavam que o Nordeste, por ter o resultado eleitoral que tem, gostaria também de ser considerado nessa questão da sucessão. O que eu disse e continuo dizendo é que tem legitimidade. É claro que a questão regional não é determinante para isso, tem outros componentes, mas tem um peso. Nós não podemos, enquanto partido, desmerecê-la. Então, na minha concepção, eu acho que a gente tem que trabalhar para construir uma candidatura de unidade, que reflita este novo momento do PT, que vai ser muito desafiador com a reeleição do presidente Lula.

Para a presidente do PT, o candidato à sua sucessão terá que conversar com todos os setores e correntes para construir a unidade. Gleisi também destacou que suas divergências com Haddad são pontuais na “política e na economia, o que é normal dentro do partido”.

— Não sou oposição ao Haddad, gosto do Haddad. Considero o Haddad um excelente quadro, que desempenhou um papel fundamental tanto em 2018 (na eleição presidencial) como em 2022 (como candidato a governador), como está desempenhando agora no governo. Agora tenho divergências em alguns pontos. Mas essas divergências não podem ser colocadas como se eu fosse inimiga do Haddad.

A dirigente ainda acrescentou que “admira muito” o ministro da Fazenda.

— Acho que ele deve estar na política. Deveria ser nosso candidato a senador por São Paulo. Seria um excelente nome.

O calendário da sucessão no PT deve ser definido em uma reunião do diretório nacional da legenda em dezembro. A previsão é que Gleisi deixe o cargo no primeiro semestre do ano que vem. Edinho tem a preferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para o posto.

A troca do comando no PT também passa pelas discussões no partido sobre o pós-Lula. Caso Edinho assuma o posto, Haddad, por ser seu aliado, teria o caminho facilitado para se consolidar como principal liderança quando o presidente sair de cena.

— Não vejo problema nenhum em abrir a discussão do pós-Lula desde que não seja antes da próxima eleição. Porque na próxima eleição o nosso candidato é o Lula. Que sentido faz você começar a fazer uma discussão dessa agora? E nós temos que ver as lideranças que se consolidam. O Haddad é uma alternativa que pode ser candidato em 2030, mas eu acho que tudo tem que ser discutido pós-26 — afirma Gleisi.

Pessoas próximas ao ministro da Fazenda dizem que ele não tem se envolvido diretamente nas discussões internas sobre o futuro do PT.

Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.

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