terça-feira, 1 de outubro de 2024

Brasil realiza primeiro transplante de útero entre pacientes vivas na América Latina

Procedimento pioneiro aconteceu no Hospital das Clínicas da USP, marcando avanço significativo na medicina reprodutiva
(Foto: Divulgação)


O Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) realizou o primeiro transplante de útero entre pacientes vivas na América Latina, em 17 de agosto. O transplante foi feito em uma mulher que nasceu sem o órgão devido a uma má-formação congênita, com o útero sendo doado pela própria irmã. O sucesso da cirurgia é considerado um marco para a medicina reprodutiva e foi conduzido por equipes da Divisão de Ginecologia e do Serviço de Transplante de Fígado e Órgãos do Aparelho Digestivo do HCFMUSP, destaca reportagem da CNN.

De acordo com o responsável pela operação, doutor Luiz Augusto Carneiro D’Albuquerque, o procedimento ocorreu sem complicações, e as pacientes estão se recuperando bem. “Ambas estão em ótimo estado geral, e a receptora já apresentou seu primeiro ciclo menstrual”, destacou. A cirurgia contou ainda com a colaboração do médico sueco Mats Brännström, referência mundial na área, que em 2014 possibilitou o nascimento do primeiro bebê a partir de um útero transplantado.

A paciente seguirá sendo monitorada por uma equipe médica especializada e poderá tentar a fertilização in vitro (FIV) em cerca de seis meses.

O diretor de Ginecologia do Hospital das Clínicas, Edmund Baracat, ressaltou que o transplante de útero é um procedimento inovador e complexo, voltado para casos específicos. Ele lembrou que antes da cirurgia, a paciente passou por estímulos ovarianos e coleta de óvulos, com a FIV sendo parte fundamental do processo para garantir embriões saudáveis.

“Trata-se de um procedimento inovador, complexo e de alto custo. É preciso que a mulher tenha boas condições clínicas e que o casal possa gerar embriões saudáveis. Na fase pré-transplante, foram efetuadas a estimulação ovariana e a coleta dos óvulos da paciente, bem como do sêmen do marido, para a fertilização in vitro”, finaliza.

Fonte: Brasil 247 com informações da CNN

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