Estratégia de intensificar a participação da ex-prefeita busca atrair eleitores da periferia e suavizar a imagem de Guilherme Boulos
Marta Suplicy (PT) vai intensificar sua participação na campanha de Guilherme Boulos (Psol) para o segundo turno das eleições em São Paulo. A ex-prefeita, que ocupa a posição de vice na chapa, é vista por aliados como uma peça fundamental para expandir o eleitorado de Boulos nas áreas periféricas da cidade, informa a Folha de S. Paulo. Por isso, a partir de agora, Marta terá uma presença mais constante nas agendas de rua, modificando a estratégia adotada no primeiro turno, quando teve uma atuação discreta, aparecendo majoritariamente na propaganda televisiva.
Até o momento, a participação de Marta foi centrada em sua presença nas peças publicitárias, com o objetivo de suavizar a imagem de Boulos, que ainda enfrenta resistência em alguns segmentos sociais por seu histórico de militância no Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST). Nesta sexta-feira (11), ela foi um dos principais nomes na propaganda de rádio que marcou a estreia de Boulos no segundo turno.
No primeiro turno, Marta chegou a rebater as críticas que associavam Boulos a um "invasor de terras", defendendo sua trajetória como um líder comprometido com causas sociais. No entanto, a candidata a vice concedeu poucas entrevistas, afirmando que apenas Boulos teria a palavra pela chapa. Segundo integrantes da campanha, Marta manteve uma agenda independente, focada no apoio à vereança do PT, já que o partido não lançou um candidato próprio à prefeitura.
A campanha também justificou a discrição de Marta à sua idade — aos 79 anos, seria um desafio acompanhar o ritmo exaustivo das agendas diárias de Boulos. Agora, porém, os esforços se concentram em reverter o quadro eleitoral, já que, segundo a pesquisa mais recente do Datafolha, Boulos aparece com 29% das intenções de voto entre os mais pobres, atrás do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que tem 56%. O plano é que Marta, com sua experiência e reconhecimento público, relembre feitos de sua gestão à frente da cidade, como a criação dos Centros Educacionais Unificados (CEUs).
A aproximação entre Marta e Boulos é considerada estratégica pelos aliados do Psol e do PT, que se mostram confiantes na aliança. Para eles, a falta de rejeição ao nome de Marta entre os militantes de esquerda, mesmo com seu histórico recente de rompimentos, é um sinal positivo.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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