"Estamos fazendo uma defesa vigorosa da democracia", destacou o ministro
Luís Roberto Barroso (Foto: Reprodução)
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, afirmou que a Corte está "fazendo uma defesa vigorosa da democracia" ao enfrentar um movimento "global, radical e de extrema direita" que ataca as instituições brasileiras e promove a desinformação, informa o G1. A declaração foi dada em uma entrevista ao jornal norte-americano The New York Times.
"Estamos fazendo uma defesa vigorosa da democracia. E nós desempenhamos esse papel de enfrentar um movimento que considero global, radical e de extrema direita, de ataque às instituições, que circula desinformação e — ainda está sendo investigado — talvez tenha até tentado um golpe", disse o ministro.
Barroso ressaltou que o Supremo vem agindo em um contexto de ameaças reais contra a democracia, mencionando episódios como o desfile de tanques na Esplanada dos Ministérios, os "voos rasantes" de caças sobre o STF e os discursos do ex-presidente Jair Bolsonaro contra a Corte e seus ministros durante o 7 de Setembro de 2021. O ministro também recordou os acampamentos golpistas e a invasão das sedes dos Três Poderes, em janeiro de 2023, após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Lembrando que o ex-presidente [Bolsonaro] recebeu 49% dos votos, e ele tinha o Supremo Tribunal como seu principal alvo. Portanto, não é surpresa que haja uma visão negativa, se não ressentida, de parte da população", afirmou.
Questionado se a Corte estaria sacrificando normas democráticas em nome da preservação da democracia, Barroso destacou o cenário complexo que o Supremo tem enfrentado nos últimos anos. Ele também adiantou que as investigações sobre os atos golpistas e a suposta tentativa de golpe de Estado estão quase concluídas. "Quase tudo o que precisava ser apurado já foi", afirmou, acrescentando que cabe ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, apresentar as denúncias.
Por fim, o ministro refutou o discurso utilizado pela extrema-direita de que a exclusão de conteúdos e a suspensão de contas em redes sociais podem ser classificadas como censura. Ele sublinhou que o Brasil, como uma "democracia jovem", precisa se proteger contra o extremismo, o discurso de ódio e a violência física.
Fonte: Brasil 247 com informações do G1
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