Colunistas analisam, bloco a bloco, o desempenho dos dois adversários no embate decisivo
Candidatos à prefeitura de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL) se enfrentam pela última vez no segundo turno no debate da TV Globo, realizado na noite desta sexta-feira. Os colunistas do jornal O Globo analisam, bloco a bloco, o desempenho dos dois adversários no embate decisivo.
Veja as opiniões sobre o primeiro bloco
Vera Magalhães: “Primeiro bloco equilibrado entre Nunes e Boulos. Os dois candidatos usaram moderadamente a ironia, mas o clima é bem mais ameno que no primeiro turno. Os dois também empataram na administração do tempo. Pouco se avançou nas discussões, porque Nunes só perguntou de segurança, e Boulos tentou levar o oponente para contradições e pregar nele a pecha de hesitante e fujão”.
Miriam Leitão: “O bloco foi dinâmico, os dois mostraram dominio do palco, e aproveiraram o formato, escolheram seus temas em perguntas curtas e diretas. Mas Boulos foi superior a Nunes. Nunes nao conseguiu repetir que Bolsonaro fez tudo certo na pandemia, nem teve resposta para o custo dos serviços funerários”.
Malu Gaspar: “Ricardo Nunes foi para o debate com um cardápio de assuntos para explorar os principais fatores de rejeição de Boulos, como drogas, armas para GCM, saidinha de presos. Boulos, por sua vez, foi determinado a mostrar que Nunes é fujão — ponto que teve eco entre eleitores de Pablo Marçal na live de hoje. O plano inicial do prefeito era manter o debate morno, sem novidades, de modo que o espectador se cansasse e desligasse a televisão”.
Veja as opiniões sobre o segundo bloco
Miriam Leitão: “Bloco bem equilibrado. Na primeira parte, quando o tema foi saúde, Nunes foi melhor, administrou melhor seu tempo e mostrou desenvoltura. No segundo tema, de trabalho, Nunes se enrolou, perdeu tempo e teve que ouvir em silêncio a denúncia de corrupção no governo. Acabou ganhando um minuto de direito de resposta. Empate nesse bloco”.
Vera Magalhães: “Ricardo Nunes foi bem nos debates sobre saúde e emprego, mas se enrolou com o relógio. Contou com um direito de resposta no qual, pela primeira vez, demonstrou irritação com o adversário. O bloco, que vinha favorável ao prefeito pelo volume de obras que ele lista, terminou bem para Boulos, que conseguiu colocá-lo nas cordas”.
Veja as opiniões sobre o terceiro bloco
Vera Magalhães: “Guilherme Boulos se saiu melhor no terceiro bloco. Ricardo Nunes ficou acuado com o tema das denúncias, se enrolou com as regras, pegou papel e celular e se irritou com a insistência de Boulos em perguntar se ele abre seu sigilo bancário. Aliados do prefeito reconheceram que foi um mau momento do emedebista e comentaram que ele deveria dizer que não é indiciado e mudar de assunto. Nunes só tentou fazer isso nos últimos 3 minutos. Conseguiu se recuperar ao trazer o tema para o equilíbrio fiscal”.
Bernardo Mello Franco: “Clima mais quente no debate da Globo. A questão é saber se isso atrai ou afasta o eleitor. No terceiro bloco, indecisos monitorados pela campanha de Boulos indicaram cansaço com a troca de acusações entre os candidatos”.
Miriam Leitão: “Boulos teve superioridade nesse bloco, fazendo acusações de corrupção e pedindo abertura do sigilo bancário de Nunes. Acusações que não tiveram resposta. Fizeram acusações recíprocas, mas as que foram contra Nunes foram mais convincentes. Boulos perdeu o controle do tempo e Nunes ficou com mais de um minuto falando sozinho. Nunes dependeu demais de anotações, e Boulos ganhou um direito de resposta. Por fim, Boulos ganhou”.
Veja as opiniões sobre o quarto bloco
Vera Magalhães: “No quarto bloco, Ricardo Nunes conseguiu retomar uma postura mais tranquila e se saiu bem listando obras e demonstrando calma e tranquilidade. Boulos foi mais agressivo, e, ao tentar classificar o adversário como arrogante, acabou elevando o tom. Bloco vencido por Nunes, com o tipo de assunto que ele prefere”.
Miriam Leitão: “Guilherme Boulos foi beneficiado pelo tema escolhido por Nunes, que é moradia. Nunes quis dizer que diminuiu a população de rua, o que visivelmente não é verdade. Boulos escolheu mobilidade, o que permitiu a Nunes falar de obras, tema no qual se sente forte. O problema é que Nunes como incumbente tem sempre que responder pelos problemas. Houve empate nesse bloco também”.
Fonte: Agenda do Poder com informações de O Globo.
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