“Todos os fundamentos da economia real são positivos. Só o mercado e a mídia não querem ver. E quem paga a conta da mentira é o país”, afirma
A presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) e deputada federal, Gleisi Hoffmann, criticou duramente a alta dos juros e do dólar no Brasil, apontando que os movimentos dos mercados financeiros são resultado de especulação. “Só há uma explicação para os juros e o dólar subirem no Brasil, em descompasso com outros países: a especulação descarada dos agentes do mercado. Todos os fundamentos da economia real são positivos: PIB, controle da inflação, emprego, salário, consumo e renda”, afirmou Gleisi em uma publicação nas redes sociais.
Gleisi destacou ainda as ações do governo Lula para estabilizar a economia brasileira. Segundo ela, o presidente “colocou a casa em ordem, retomou o investimento e a credibilidade do país”, atribuindo o aumento da dívida pública aos juros elevados, que têm sido mantidos em patamares considerados "estratosféricos".
“A dívida cresce por conta dos juros estratosféricos. Só o mercado e a mídia não querem ver. E quem paga a conta da mentira é o país”, criticou.
As declarações de Gleisi ocorrem no mesmo dia da divulgação da mais recente pesquisa Focus, divulgada pelo Banco Central, apontando para um cenário de ajustes nos principais indicadores econômicos. A previsão para a taxa básica de juros (Selic) foi elevada para 11,25% em 2024, refletindo uma percepção de menor espaço para cortes no ano seguinte. Além disso, o mercado projeta uma inflação de 4,5% para este ano, tocando o teto da meta estipulada pelo governo.
Analistas do mercado financeiro têm se mostrado céticos quanto à capacidade do governo de equilibrar as contas públicas, especialmente em meio à expectativa de novas medidas de contenção de gastos, prometidas para após o segundo turno das eleições municipais. A incerteza em relação ao futuro fiscal do país tem influenciado as recentes movimentações no câmbio, com o dólar fechando em alta, projetado a R$ 5,42 ao fim deste ano.A fala de Gleisi, portanto, se coloca como uma resposta crítica à leitura de agentes do mercado, que têm apontado uma desconfiança crescente e infundada na direção da política fiscal do governo. Apesar das críticas, ela enfatizou os resultados positivos obtidos pela administração de Lula, ressaltando que a especulação e a desinformação são os verdadeiros responsáveis pela instabilidade econômica.
A próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) está prevista para novembro, e será decisiva para os rumos da Selic e da política monetária brasileira, que se tornou um dos principais focos do debate econômico entre governo e mercado.
Fonte: Brasil 247
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