A jurista e vereadora Liana Cirne Lins (PT-PE) afirma que "o Shopping Tacaruna está cometendo um crime de homofobia"
A equipe de segurança do shopping Tacaruna, em Olinda (Pernambuco), tem um código “30 – homossexual”, entre os códigos 29 de “achados e perdidos” e 31 de “odor de tinta, cola, esgoto, queimado”.
A informação foi revelada pelo site Marco Zero em uma reportagem de Maria Carolina Santos que apontou que a lista dos códigos fica no avesso do crachá dos funcionários que fazem a segurança do shopping. O código 30 chamou a atenção de um jovem que teve acesso a um dos crachás e que não quer ser identificado nesta matéria.
“Na hora que vi o crachá me passaram várias coisas na cabeça e tantos eventos e situações fizeram sentido. A discriminação corriqueira que já havia notado tantas vezes naquele ambiente, comigo e com outros, não se tratava da conduta de algum colaborador específico, mas do próprio protocolo administrativo do shopping. Eles literalmente institucionalizaram a descriminalização em razão da sexualidade”, afirmou para a Marco Zero.
Ele contou que por mais de uma vez “andando em grupo com pessoas que apresentavam trejeitos não heteronormativos, pude notar seguranças que faziam rondas periódicas nos encarando e falando ao walkie-talkie”.
Ele fez denúncias à Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular da Assembleia Legislativa de Pernambuco e para a Comissão da Diversidade Sexual e de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PE).
A jurista e vereadora Liana Cirne Lins (PT-PE) se manifestou sobre o caso. Segundo ela, "o Shopping Tacaruna está cometendo um crime de homofobia". "Não existe justificativa para tal absurdo. Além de respeito, é necessário combater esse tipo de crime", reforçou.
A Marco Zero entrou em contato com a assessoria de comunicação do Shopping Tacaruna que, em nota, reconheceu a existência do código nos crachás dos funcionários.
A nota do shopping afirma que “os códigos são utilizados em casos de emergência e para resguardar o direito e segurança de todos sem nenhuma orientação discriminatória. No caso em questão, reconhecemos o erro e nos desculpamos pelo uso inadequado do termo. Mas o único objetivo era garantir o direito amplo a todas as pessoas. Pedimos desculpas por qualquer interpretação fora desse contexto. Asseguramos que estamos revisando todos os termos adotados”.]
Fonte: Brasil 247
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