terça-feira, 17 de setembro de 2024

Polícia Federal prende candidato bolsonarista foragido do 8 de janeiro em SC

 

Dirlei Paiz, do PL, candidato a vereador em Blumenau-SC, foi preso nesta segunda-feira (16). Foto: Reprodução

A Polícia Federal prendeu, na noite desta segunda-feira (16), em Santa Catarina, o candidato a vereador de Blumenau, Dirlei Paiz (PL), no âmbito da Operação Lesa Pátria. Ele era um dos golpistas que estava foragido desde o ato de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depredaram prédios federais em Brasília.

Dirlei foi detido enquanto fazia campanha próximo da sua casa e encaminhado ao Presídio Regional de Blumenau. Ele estava com mandado de prisão preventiva em aberto desde o dia 29 de agosto, expedido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

O candidato se apresenta como pastor e já havia sido preso em agosto de 2023. Ele aparece em fotos em diversas manifestações bolsonaristas com cartazes pedindo “intervenção federal” e que as Forças Armadas destituam o presidente Lula (PT). Além disso, o pastor participou de acampamentos golpistas em frente a um batalhão do Exército.

Dirlei deixou a penitenciária no dia 7 de dezembro, quando passou a utilizar tornozeleira eletrônica. Na época, uma das condições impostas para a soltura era a de não utilizar redes sociais. Após o início da campanha eleitoral, no entanto, o Diretório Municipal do PT percebeu publicações em seu perfil e notificou o STF, o que motivou a nova ordem de prisão. A defesa tentou alegar “hackeamento” nas contas de Dirlei, mas o argumento foi recusado.

Dirlei sendo preso pela primeira vez, no dia 17 de agosto de 2023. Foto: Reprodução

Investigado por associação criminosa, o candidato fazia campanha normalmente. O postulante ao cargo de vereador vinha utilizando sua prisão anterior como trunfo em sua estratégia política. Ele pedia votos com o argumento de que foi preso por “lutar pela liberdade” de seus apoiadores.

“Patriotas, lutamos dias na frente do quartel e fui preso por defender nossa liberdade. Vamos continuar juntos. Peço seu voto”, diz o candidato em um vídeo recente.

A Polícia Civil de Santa Catarina e a Polícia Federal já haviam afirmado que agiriam caso localizassem pessoas com ordens de prisão em aberto relacionadas ao ataque à sede dos Três Poderes, independentemente de estarem disputando o pleito. A lei eleitoral apenas impede que postulantes a cargos eletivos sejam presos no período de 21 de setembro a 8 de outubro.

Golpista segue disputando as eleições

A legislação eleitoral brasileira permite que candidatos com mandados de prisão preventiva ou detidos participem das eleições, desde que não tenham sido condenados por uma sentença definitiva. Isso significa que, mesmo preso preventivamente, Dirlei poderá continuar pleiteando o cargo de vereador em Blumenau.

O PL municipal emitiu nota se solidarizando com o candidato e frisou “esperar que brevemente ele possa voltar à campanha a vereador, exercendo plenamente seus direitos políticos e de cidadão”.

A defesa de Dirlei afirmou que entrará com recurso contra a prisão.

Fonte: DCM

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