domingo, 1 de setembro de 2024

Pesquisa Quaest aponta maior influência de Bolsonaro em 9 das 21 capitais; apenas em 3 o peso de Lula é maior

 Em 2022, Bolsonaro teve mais votos do que Lula no segundo turno nas 9 capitais em que sua influência em 2024 é maior; e Lula teve mais votos nas 3 na qual é mais influente

A influência de Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2024 é maior que a de Lula (PT) em 9 de 21 capitais, aponta a primeira rodada de pesquisas Quaest realizada após o início da campanha eleitoral, em agosto: Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, Manaus, Maceió, Porto Velho, Rio Branco, Rio de Janeiro.


Em 3, a de Lula é maior: Recife, Fortaleza e Salvador.


Nas outras 9, há empate técnico entre os dois: Belém, Macapá , Belo Horizonte Florianópolis, Aracaju, João Pessoa, Vitória, São Paulo, Porto Alegre. No caso de Florianópolis, o empate é no limite da margem de erro, de 3 pontos. Não há dados para Natal, Goiânia, Palmas, Teresina e São Luís.


‘”A força das lideranças nacionais capturado pelas pesquisas segue o mesmo padrão que observamos nas eleições de 2022. Bolsonaro venceu Lula em muitas capitais, embora o atual presidente tenha tido vitória significativa em São Paulo capital, um dos resultados mais importantes para a sua vitória. Mas no interior dos estados, principalmente do Nordeste, a situação é melhor pra Lula”, diz Felipe Nunes, diretor da Quaest.

Em 2022, Bolsonaro teve mais votos do que Lula no segundo turno nas 9 capitais em que sua influência em 2024 é maior. E Lula teve mais votos nas 3 na qual é mais influente. Nas capitais, metade votaria em desconhecido indicado por Lula ou Bolsonaro

Para medir a influência de Lula e Bolsonaro nas eleições municipais, a Quaest perguntou aos eleitores se votariam ou não em um desconhecido que fosse apoiado pelo atual presidente ou pelo seu antecessor.

Entre as 21 capitais, a fatia dos que responderam que votariam em um desconhecido indicado por Lula vai de 15% em Boa Vista a 35% no Recife; no caso de Bolsonaro, de 14% em Salvador a 42% em Boa Vista.

“O que chama atenção é que, juntos, Lula e Bolsonaro conseguem influenciar aproximadamente 50% do eleitorado nessas eleições municipais”, afirma Nunes– o número leva em conta que, na média das 21 capitais, 22% dos eleitores disseram que votariam em um indicado por Lula e 27%, em um indicado por Bolsonaro.

Se, por um lado, o número indica que os dois políticos nacionais têm um peso importante nas disputas municipais, a influência deles não é suficiente para definir quem vai ganhar – há os outros 50%, que não escolheriam um candidato apenas por ele ser indicado por Lula ou Bolsonaro.

“A nacionalização das campanhas municipais pode ser uma estratégia efetiva para candidatos que precisam ser alavancados por seus padrinhos com o objetivo de chegar no segundo turno, mas não é suficiente para determinar a vitória de um candidato”, diz Nunes. “[Os eleitores] serão influenciados por outros fatores como a avaliação da gestão e os atributos do candidato”.

As influências de Lula e Bolsonaro por região nas eleições 2024:

  • Entre as 4 capitais do Sudeste, Bolsonaro tem influência maior que Lula no Rio. Em Belo Horizonte, São Paulo e Vitória, há empate técnico entre a influência dos dois;
  • Das 3 capitais do Sul, Bolsonaro aparece como um padrinho político mais forte em 2: Curitiba e Florianópolis. Em Porto Alegre, há empate técnico;
  • No Centro-Oeste, há dados para 2 das 3 capitais: Cuiabá e Campo Grande. Bolsonaro está à frente em ambas. Ainda não há dados de Goiânia;
  • No Nordeste, há dados de 6 das 9. Lula aparece à frente em 3: Fortaleza, Salvador e Recife. Em 2 pesquisadas – Aracaju e João Pessoa – há empate técnico. Em Maceió, Bolsonaro aparece à frente. Não há dados disponíveis de Natal, Teresina e São Luís;
  • Das 7 capitais do Norte pesquisadas, Bolsonaro fica à frente em 4: Manaus, Rio Branco, Porto Velho e Boa Vista. Em Macapá e Belém, há empate técnico. Ainda não há dados para Palmas.

Lula perde liderança em SP e Bolsonaro em BH

  • Em Belo Horizonte, Campo Grande, Rio de Janeiro e São Paulo, a Quaest fez a mesma pergunta em julho. Por isso, nessas cidades, é possível ver o que mudou na influência de Lula e Bolsonaro desde então.
  • Em Belo Horizonte, a influência de Bolsonaro oscilou para baixo no limite da margem de erro, de 31% para 25%. Com isso, deixou de ser maior que a de Lula e, agora, há empate técnico. O petista tem 23%, uma oscilação positiva, dentro da margem de erro de 3 pontos, ante os 21% de julho;
  • Em Campo Grande, a influência de Lula caiu 11 pontos, de 30% para 19%; com isso, deixou o empate técnico com a de Bolsonaro, que oscilou positivamente de 30% para 34%, e agora é maior que a do presidente;
  • No Rio de janeiro, a influência do petista oscilou para baixo, de 23% para 19%. Com isso, deixou de estar empatada tecnicamente com a de Bolsonaro, que oscilou de 26% para 27%, dentro da margem de erro, e agora a do ex-presidente é maior;
  • Em São Paulo, Lula tinha uma influência maior que Bolsonaro em julho. Agora, os dois estão em empate técnico, pois o percentual de pessoas que dizem votar num desconhecido indicado pelo presidente oscilou de 29% para 26%, dentro da margem de erro de 3 pontos. Bolsonaro oscilou de 20% para 21%.

“Embora a influência média dos dois presidentes seja evidente em todo o território nacional, ela varia entre regiões e ao longo do tempo. Quanto mais a economia dá sinais positivos, quanto maiores forem as entregas do governo Lula, maiores as chances de seu capital político aumentar. Quanto mais tempo passar e quanto maior for a presença de Bolsonaro em eventos de campanha de mobilização, maior tende a ser a influência do ex-presidente”, afirma Felipe Nunes, da Quaest.


Fonte: Agenda do Poder com informações do g1.

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