sábado, 21 de setembro de 2024

"O agronegócio é incêndio, é morte, é fome", alerta biólogo Luiz Fernando Padulla

 

Em entrevista ao Boa Noite 247, Padulla denuncia a relação entre o agronegócio e os incêndios florestais no Brasil

Incêndio destrói plantação de cana-de-açúcar em Dumon (SP) (Foto: REUTERS/Joel Silva)

Em entrevista ao programa *Boa Noite 247*, o biólogo Luiz Fernando Padulla fez críticas contundentes à relação do agronegócio com os incêndios florestais no Brasil. Segundo ele, esses incêndios, que coincidem com a maior seca da história do país, são "uma maneira de consolidar o desmatamento", facilitando a expansão das atividades agropecuárias sem deixar tantos vestígios. Padulla destaca que essa prática é favorecida pelo tempo seco e pelas mudanças climáticas que resultam da exploração ambiental.

Padulla também lembrou o histórico da Revolução Verde, que, nas décadas de 1960 e 1970, converteu a indústria bélica em uma indústria de agrotóxicos, alimentando o avanço do agronegócio no Brasil, com o apoio do imperialismo estadunidense e de fundações como a Rockefeller e a Ford. Ele critica o fato de o Brasil ter se tornado "o quintal do Norte global", dedicado à produção de commodities, o que, segundo ele, tem "uma relação direta com os incêndios que estamos presenciando de forma vexatória."

Para Padulla, a propaganda que tenta "vender" o agronegócio como algo positivo para a economia é enganosa. "O agronegócio é incêndio, é morte, é fome. Ele não produz comida, mas vive de commodities", afirmou, enfatizando que a contribuição do setor ao PIB é inflada por cálculos que agregam serviços às commodities. Ele ainda reforça a necessidade de uma transição agroecológica e da mobilização social para exigir do Congresso políticas ambientais mais responsáveis. 
Assista:

Fonte: Brasil 247

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