'Ele se achou no direito de invadir as minhas partes íntimas', afirmou a docente Isabel Rodrigues
A professora Isabel Rodrigues apresentou, nesta sexta-feira (6), uma denúncia contra o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida. O titular da pasta já enfrenta outras acusações de assédio, que estão sendo investigadas pela Comissão de Ética da Presidência da República.
"Fui amiga de Silvio Almeida na época em que ele fazia parte do Conselho Pedagógico da Escola de Governo. Fiz parte dessa Escola como aluna e professora. No dia 3 de agosto de 2019, durante um almoço em que havia outras pessoas presentes, sofri violência sexual por parte do ministro. Sentei ao lado dele e, por algum motivo, ele achou que tinha o direito de invadir minhas partes íntimas sem o meu consentimento", denunciou a professora.
"A violência sexual que sofri há cinco anos foi tema em sessões de terapia, assim como em conversas com minhas irmãs e amigos mais próximos. Pensei muitas vezes em denunciar, mas não o fiz por vários motivos, sendo o principal o medo de que isso se voltasse contra mim. Silvio tem conhecimento da lei e poderia facilmente fazer as coisas tomarem outro rumo. O ministro afirma que não há materialidade nas acusações contra ele. As sessões de terapia e o retorno de minha família e de meus amigos, ontem e hoje, ao saberem das acusações, materializam a violência que sofri", acrescentou.
De acordo com a professora, é "inadmissível" o assédio contra mulheres no Brasil. "Esses atos causam traumas praticamente impossíveis de serem superados. Eu somo minha voz às dessas mulheres e de todos que sofrem violência sexual. Tomei a decisão de denunciar porque essas mulheres estão sendo julgadas como mentirosas, acusadas de fazer parte de um grupo contra o ministro. Faço esta declaração pública por compromisso com a verdade e a justiça. Infelizmente, o ministro Silvio Almeida cometeu, sim, violência sexual. Faço esta declaração pelas mulheres, pelas crianças, pelas pessoas vulneráveis que têm seus corpos invadidos. Não somos objetos. O corpo do outro é um templo sagrado que deve ser respeitado. Deve!!!", concluiu.
Fonte: Brasil 247
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