Presidente busca atingir a nota máxima junto às agências de risco para atrair investimentos estrangeiros para o país
Na manhã desta segunda-feira (23), em Nova York, o presidente Lula (PT) se reuniu com dirigentes das agências de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) e Moody's, segundo a Folha de S. Paulo. A agenda aconteceu durante a passagem de Lula pelos Estados Unidos, onde participa da Assembleia-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas).
Após os encontros, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), deu declarações à imprensa, destacando o objetivo do governo de apresentar aos dirigentes das agências uma visão clara sobre a situação fiscal do Brasil. Segundo Haddad, o presidente Lula tem interesse no "acompanhamento do cronograma das agências para a possível recuperação, pelo Brasil, do grau de investimento". O ministro enfatizou que o governo já havia sanado as pendências fiscais do ano anterior, resultado dos "calotes praticados durante o período eleitoral". Além disso, garantiu que as despesas e receitas estão em conformidade com o arcabouço fiscal.
As reuniões ocorreram na residência do embaixador Sérgio Danese, chefe da missão do Brasil junto à ONU, onde Lula está hospedado. O primeiro encontro foi com Yann Le Pallec, chefe dos serviços de rating da S&P, seguido de uma reunião com Michael West, presidente da Moody's.
Expectativa de melhora na nota de crédito
Durante as conversas, o governo expressou otimismo quanto à evolução da nota de crédito do país. Haddad revelou que existe a expectativa de que, no próximo ano, uma das agências de risco possa elevar o Brasil a um nível próximo do grau de investimento. "A dúvida do presidente é se haverá tempo de em quatro anos recuperar três degraus", afirmou Haddad, refletindo sobre o desafio de reconquistar o selo de bom pagador no mercado financeiro internacional.
Na última sexta-feira (20), o governo Lula anunciou a liberação de R$ 1,7 bilhão que estava congelado no orçamento de 2024. Esse desbloqueio foi possível graças a uma melhora nas projeções de receita, o que permitiu que outras despesas, antes travadas, fossem contempladas, sem comprometer a meta de déficit fiscal zero para este ano.
Haddad também apontou que os gastos obrigatórios, como os relacionados à Previdência e ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), se estabilizaram nos últimos meses, o que trouxe alívio à equipe econômica. "Em maio deste ano estávamos muito preocupados com a evolução de Previdência e BPC, e essas despesas ficaram mais acomodadas nesse quarto relatório", explicou o ministro.
Com a recuperação fiscal e o controle sobre os gastos, o governo federal segue em busca de ações que assegurem um ambiente econômico mais estável, reforçando sua posição nas negociações internacionais e buscando atrair investimentos. A reoneração da folha, outro tema relevante nas políticas recentes, foi também compensada, ao menos parcialmente, pelas medidas tomadas no Senado, que ajudaram a recompor parte das receitas.
Fonte: Brasil 247 com informações da Folha de S. Paulo
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