Primeiro-ministro libanês solicita cessar-fogo imediato e assistência da ONU enquanto sistema de saúde enfrenta colapso com número crescente de feridos
Fumaça sobe sobre o sul do Líbano após ataques israelenses (Foto: Reuters/Aziz Taher)
O Líbano enfrenta um cenário de caos e sofrimento diante da escalada de violência entre as forças israelenses e o grupo Hezbollah. O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, fez um apelo desesperado durante uma sessão de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, destacando o colapso dos hospitais no país, que estão "repletos de civis feridos", incapazes de receber mais pacientes. Entre as vítimas estão mulheres e crianças, e Mikati enfatizou a necessidade urgente de intervenção da comunidade internacional para pressionar por um cessar-fogo.
Em seu discurso, o premier destacou as constantes violações da soberania libanesa, clamando por uma resposta firme das Nações Unidas. "Os ataques a dispositivos eletrônicos e a ameaça de invasão terrestre espalharam terror e medo entre os cidadãos libaneses. Espero voltar ao meu país com uma posição explícita [do Conselho de Segurança da ONU], exigindo a cessação dessa agressão e o respeito à soberania e à segurança do meu país", disse Mikati aos membros do órgão. As informações foram publicadas pela CNBC Árabe e divulgadas pelo jornal O Globo.
O colapso do sistema de saúde no Líbano foi desencadeado após uma série de explosões devastadoras que atingiram áreas dominadas pelo Hezbollah no último dia 17 de setembro, resultando na morte de 37 pessoas e mais de 3 mil feridos. Essas explosões, causadas pela detonação de pagers e walkie-talkies, provocaram um nível de destruição que o país não estava preparado para enfrentar.
Segundo Wahida Ghalayini, chefe do departamento de emergência do Ministério da Saúde Pública do Líbano, 118 hospitais foram mobilizados para atender os feridos, com equipes médicas treinadas e salas de emergência funcionando 24 horas por dia. O plano de emergência foi unificado em todo o país, com quase 3,1 mil profissionais prontos para atuar, afirmou Ghalayini.
Médicos estão trabalhando sem descanso e sob intensa pressão, lutando para atender a avalanche de feridos. De acordo com a emissora Cairo News, muitos profissionais da saúde estão “lutando para aliviar o sofrimento dos cidadãos”.
O ministro da Saúde libanês, Firass Abiad, falou ao jornal An-Nahar sobre a gravidade da situação, afirmando que o impacto das explosões sobrecarregaria qualquer sistema de saúde no mundo. Abiad descreveu a ofensiva israelense como uma "chacina", comparando a tragédia no Líbano às devastadoras cenas que ele testemunhou na Faixa de Gaza. Ele também falou à SBS Arabic, detalhando a gravidade dos ferimentos, incluindo amputações e lesões oculares, e lamentando a perda de tantas vidas, especialmente de crianças.
A situação no Líbano é de extrema gravidade. Com os hospitais saturados, a infraestrutura de saúde no limite e milhares de pessoas feridas ou desabrigadas, o país enfrenta uma crise humanitária.
Fonte: Brasil 247 com informações do jornal O Globo
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