domingo, 8 de setembro de 2024

Edmundo González chega na Espanha após pedir asilo e fugir da Venezuela


Edmundo González Urrutia. Foto: Divulgação

 Edmundo González Urrutia, rival de Nicolás Maduro nas eleições venezuelanas de 28 de julho, aterrissou em Madri neste domingo (8) após solicitar asilo político. O opositor estava refugiado na embaixada da Espanha em Caracas, após sofrer perseguição política por parte do regime de Maduro.

O anúncio da chegada de González à Espanha foi feito pelo ministro das Relações Exteriores espanhol, José Manuel Albares, por meio do X (antigo Twitter). “A pedido de Edmundo González Urrutia, o Governo da Espanha o transportou em uma aeronave da Força Aérea Espanhola. A Espanha está comprometida com os direitos políticos e a integridade física de todos os venezuelanos”, escreveu o chanceler.

Ele tornou-se um dos principais alvos do governo de Maduro após as eleições de julho, que, segundo o regime, teriam sido vencidas pelo atual presidente. No entanto, a oposição e organizações internacionais questionam o resultado, alegando fraude e falta de transparência.

A principal prova apresentada pela oposição, liderada por María Corina Machado, são cópias das atas eleitorais divulgadas em uma plataforma online que apontam González Urrutia como vencedor com mais de 60% dos votos.

María Corina Machado. Foto: Divulgação

Desde então, o opositor enfrentava acusações de conspiração, incitação à rebelião e usurpação de funções por parte do governo venezuelano. Além disso, o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) declarou Maduro vencedor, mas se recusou a divulgar os resultados detalhados, alegando problemas de segurança nos sistemas.

A proclamação de Maduro como vencedor desencadeou uma onda de protestos em várias regiões da Venezuela. Os manifestantes exigiam transparência nas eleições e o respeito à vontade popular. As manifestações resultaram em 27 mortes, 192 feridos e mais de 2.400 detenções, incluindo menores de idade. Embora muitos jovens tenham sido liberados sob medidas cautelares, a repressão às manifestações continua sendo motivo de preocupação internacional.

O atual presidente da Venezuela responsabiliza diretamente González Urrutia e María Corina Machado pela violência e pelos protestos. Ambos são acusados de incitar a população e de tentar desestabilizar o governo. O presidente chegou a pedir a prisão dos dois opositores.

A saída de Edmundo González Urrutia da Venezuela foi confirmada na noite de sábado, pela vice-presidente Delcy Rodríguez. Segundo Rodríguez, o governo venezuelano concedeu passagem segura ao candidato opositor como uma medida para “restaurar a paz política e a tranquilidade do país”, dias após ter emitido um mandado de prisão contra ele.

O exílio de González é visto como um duro golpe para milhões de venezuelanos que acreditavam em sua campanha para encerrar o regime autoritário de Maduro. No entanto, o opositor prometeu continuar sua luta pela democracia, agora de fora do país.

A comunidade internacional, especialmente países da União Europeia e os Estados Unidos, têm expressado preocupação com a situação política na Venezuela e a falta de transparência nas eleições, além de denunciar a repressão aos opositores e a violação dos direitos humanos no país.

Fonte: DCM

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