Ministra da Igualdade Racial apresentou as acusações em uma reunião com várias autoridades federais, antes que o caso se tornasse público
Um depoimento da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, trouxe à tona detalhes sobre as acusações de assédio sexual sofrido por ela durante meses por parte de Silvio Almeida, ex-ministro dos Direitos Humanos. Ela relatou, em depoimento diante dos ministros Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União), Jorge Messias (Advocacia-Geral da União), Cida Gonçalves (Mulheres) e Esther Dweck (Gestão), que as investidas do colega começaram de forma sutil, com elogios e olhares desconfortáveis, mas rapidamente evoluíram para situações constrangedoras, como toques inapropriados e sussurros de teor sexual.
Segundo Anielle, ela sofreu o assédio por meses, mencionando episódios em que Almeida a tocou durante reuniões e chegou a apalpar suas partes íntimas. As declarações foram citadas pela revista Veja.
A ministra tentou, sem sucesso, resolver a situação discretamente, inclusive propondo um jantar com Almeida na esperança de fazê-lo repensar seu comportamento. No encontro, embora o ex-ministro tenha demonstrado algum arrependimento, voltou a agir de forma inadequada ao sussurrar desejos impróprios ao final da conversa. Mesmo com essas recorrentes agressões, Anielle hesitou em formalizar a denúncia, temendo não ser acreditada e perder sua posição.
Após a denúncia ser divulgada pela imprensa, Silvio Almeida foi demitido e se defendeu negando as acusações e alegando ser alvo de uma disputa política. Ele apresentou mensagens trocadas com Anielle, nas quais os dois demonstravam proximidade.
Fonte: Brasil 247 com informações da revista Veja
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