A área onde avião caiu permanece interditada até a remoção completa da fuselagem
Com o fim do trabalho de remoção dos corpos das 62 vítimas da queda do avião em Vinhedo (SP) e a retirada dos motores e da cauda para perícia, o foco das equipes agora se volta ao envio dos destroços ao Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos). O órgão deverá elaborar um relatório preliminar sobre as causas do acidente em até 30 dias.
Os corpos foram levados para o Instituto Médico Legal Central de São Paulo, onde haverá o trabalho de identificação. Até esse sábado (10), apenas os corpos do piloto Danilo Santos Romano, de 35 anos, e do copiloto Humberto Campos Alencar e Silva, de 61, haviam sido identificados.
Segundo a tenente Laís Marcatti, do Corpo de Bombeiros, a participação da corporação foi finalizada com o deslocamento dos motores e da cauda para uma área acessível, onde a empresa Voepass realizará o recolhimento para a perícia.
Nesse sábado (10) à noite, 15 bombeiros ainda estavam no local, concluindo a retirada dos equipamentos após a chegada dos caminhões da empresa. A área do acidente permanece interditada até a remoção completa da fuselagem que se encontra no terreno.
Cabine de comando mais preservada
A aeronave, modelo ATR-72-500, “caiu chapada”, com a área da cabine relativamente preservada, enquanto a parte traseira sofreu maior destruição devido ao incêndio. Vídeos gravados no momento do acidente mostram a aeronave girando descontroladamente no ar, indicando um possível estol. A análise das caixas-pretas, que incluem os gravadores de voz e de dados, será crucial para entender o que ocorreu no voo 2283. A extração dos dados ocorrerá no Labdata (Laboratório de Leitura e Análise de Dados de Gravadores de Voo), em Brasília.
As equipes que trabalharam no local relataram que a aeronave deixou um “desenho” no solo, com a área da cabine mais intacta e a cauda bastante danificada. O capitão Maycon Cristo, porta-voz do Corpo de Bombeiros, explicou que as características dos destroços guiaram a retirada das vítimas, começando pela cabine e finalizando na cauda. O terreno plano e gramado onde o avião caiu facilitou a movimentação das peças pesadas, permitindo um acesso mais rápido aos corpos.
A operação contou com equipes especializadas em tragédias, que já atuaram em situações como as enchentes no Rio Grande do Sul, o terremoto na Turquia e o temporal em São Sebastião (SP). O coronel Cássio Araújo de Freitas, comandante geral da Polícia Militar de São Paulo, afirmou que a experiência dessas equipes garantiu a organização eficiente dos trabalhos.
Polícia Civil abre inquérito
A Polícia Civil informou que um inquérito será instaurado na delegacia de Vinhedo para investigar todos os aspectos do acidente. O delegado José Antônio Carlos de Souza destacou a importância do compartilhamento de informações entre as instituições envolvidas para minimizar o sofrimento das famílias. A Polícia Federal, representada pelo superintendente Rodrigo Sanfurgo, afirmou que continuará no local até a conclusão dos trabalhos, sem prazo definido, mas com o compromisso de empenhar todos os esforços para apoiar as famílias das vítimas.
Fonte: Agenda do Poder com informações do g1
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